Os planos de Washington para o Oriente Médio, segundo Prohvatilov, motivaram o novo recém-eleito primeiro-ministro do Canadá de abandonar a campanha anti-EI dos Estados Unidos. Parece que Justin Trudeau não vê a participação do seu país na coalizão liderada pelos EUA como benéfica para o Canadá.
Esta postura não domina só em Ottawa, frisa o especialista. Muitos países árabes que nominalmente tomam parte da operação aérea estadunidense partilham este ponto de vista.
“As pessoas [na Arábia Saudita, Jordânia e Qatar] acostumaram-se com altos padrões de vida e não querem participar de uma guerra. O exército saudita é essencialmente completado por mercenários paquistaneses. Os cidadãos sauditas não têm vontade de combater”, disse.
Os aliados árabes de Washington mudaram a sua atenção para o Iêmen e veem a luta contra os houthis como prioridade.
“Riad vê os houthis como ameaça desde que eles foram capazes de mobilizar até 200 mil combatentes experientes. O mesmo é justo para a Jordânia e o Qatar. Eles consideram o Iêmen como uma ameaça real enquanto o Estado islâmico é um jogo sutil criado pelos EUA”, manifestou Prohvatilov.
“Os estadunidenses querem que os russos cessem a campanha (para que Washington possa acusar Moscou de derrota militar ou covardia) ou que a expandam para que a Rússia sinta todos os custos de um engajamento militar maior”, acrescentou.
O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Posteriormente, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho de 2014, o grupo anunciou a criação de um "califado islâmico" nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.