De acordo com o diretor de Política Agrícola e Informações da estatal, João Marcelo Intini, a soja deve aumentar ainda mais a sua participação nos números da safra, podendo chegar a 102,8 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo estimado entre 4,9 milhões e 6,6 milhões de toneladas em comparação com a safra anterior, que produziu 96,2 milhões de toneladas. A área de plantio está estimada entre 57,9 milhões e 58,9 milhões de hectares, crescimento de até 1,6% em relação a 2014/15, que fechou em 58 milhões de hectares.
Segundo Intini, a soja se firma cada vez mais como o principal produto do agronegócio brasileiro, devido à grande demanda interna e externa, gerando esse crescimento da produção.
“A soja, ela tem uma conexão com o mercado interno muito vigoroso por conta dos seus subprodutos e toda a cadeia de criação de pequenos animais no país. Naturalmente, estamos falando de aves e suínos, que demandam muitos produtos de soja. Internacionalmente é um produto de grande demanda. O Brasil segue nessa demanda. Somando as condições campo com a demanda internacional, e o consumo interno não há redução. Então, a soja cresce por conta da soma desses fatores”.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar, chama a atenção para o fato de que a possibilidade de um recorde na produção da safra 2015/2016 ajuda a impulsionar a balança comercial brasileira para o próximo ano, neste momento de crise econômica pela qual passa o Brasil.
“Isso é superimportante porque isso vai se refletir em aumento de exportação e contribuir para a nossa balança comercial do ano que vem”.
Nesse segundo levantamento da Conab, a principal revisão foi feita em relação às previsões para a produção de milho. O milho primeira safra, cuja produção está estimada entre 26,5 milhões e 28,2 milhões de toneladas, registrou uma redução entre 11,8% e 6,4% em relação à safra anterior, de 2014/2015, que foi de 30,1 milhões de toneladas.
No trigo também houve uma redução de 6,8% em relação ao último levantamento, devendo chegar a 6,2 milhões de toneladas, 4,3% superior à safra passada.
E o IBGE estimou que a safra de grãos para o ano de 2016 será de 200 milhões de toneladas, 1,9% menor do que no ano passado. A redução se deve ao excesso de chuvas e geadas no país.
O levantamento dos dados da Conab foi realizado entre os dias 18 e 24 de outubro, com informações colhidas em campo para área plantada, produção e produtividade média estimada, pacote tecnológico utilizado pelos produtores e outras variáveis.