Segundo o Der Spiegel, Merkel perdeu o controle sobre o seu governo e aqueles que foram os seus amigos tentam retirar-lhe o poder.
A crise na política do país foi provocada por outra crise – a migratória, e agora o caos reina no gabinete da chanceler.
O Acordo de Schengen permite a livre circulação de pessoas entre os países no espaço Schengen — excluindo, claro, o Reino Unido e a Irlanda. No entanto, ele foi negociado numa época em que ninguém havia considerado o efeito dos conflitos no Norte da África e no Oriente Médio, com a Primavera Árabe e os conflitos na Turquia, Síria, Iraque e Afeganistão, que têm levado a um movimento em massa de pessoas para a Europa.
Primeiramente, a coalizão coordenou a nova política em relação aos migrantes e refugiados, mas depois o ministro do Interior Thomas de Maizière anunciou o endurecimento sério dos mecanismos anteriormente acordados.
E, mais do que isso, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble, notou que Maizière tomou a decisão "necessária" para a restrição de número de migrantes.
O jornalista alemão Jakob Augstein comentou a situação:
"Uma política destas seria insensível e impensada, mas Schauble e de Maizière não se preocupam com isso. O seu único objetivo é limitar o número de refugiados."
Durante as últimas semanas, Merkel desistiu da criação de mais campos de trânsito e concordou em criar centros de refugiados, bem como acelerar o tratamento dos processos dos refugiados e a deportação daqueles a quem foi recusado o asilo. O compromisso significaria que será dada uma resposta aos refugiados em semanas, em vez de meses. No entanto, as decisões foram criticadas como pouco eficientes, pois será quase impossível decidir se alguém é um refugiado da uma zona de guerra ou um imigrante por razões econômicas num tempo tão curto.
Os comentários de Wolfgang Schauble e de uma série de jornais alemães mostram que Merkel ainda está em uma posição delicada, principalmente por razão das diferenças dentro do seu próprio governo.