No encontro foram debatidos diversos temas, como, entre outros, questões relacionadas à ampliação das normas de segurança do trabalho, proteção contra o trabalho escravo e maior fiscalização por parte dos órgãos encarregados de supervisionar o funcionamento das relações de trabalho de acordo com as normas legais.
Sobre a contribuição que o Brasil pode prestar a estes debates, Sputnik Brasil conversou com Marcus Vinicius Cordeiro, presidente da Comissão da Justiça do Trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro.
A seguir, a entrevista com o especialista em Justiça do Trabalho, que é também secretário-geral da OAB-RJ.
Sputnik: De que forma o Brasil pode contribuir com os outros países do grupo BRICS em termos de proteção ao trabalhador?
S: A CLT é um documento dos anos 40. Ela ainda permanece atual?
MVC: Sim, ela vem se aprimorando, se ajustando, pode ter aqui e ali algo que já esteja ultrapassado em razão do avanço tecnológico e científico, mas ela como um todo, como um princípio protetor das relações do trabalho, focada para o trabalhador, ela é muito atual, sim, porque ela compreende desde a proteção da vida econômica do trabalhador, assegurando direitos como férias, 13.º salário, salário-mínimo justo, horas extras, adicional noturno, até a questão da saúde, da integridade física do trabalhador. A CLT tem normas protetivas nela e nas normas regulamentares editadas pelo Ministério do Trabalho, que disciplinam como o trabalho deve ser prestado para que o trabalhador não fique em situação de risco.
S: O trabalhador que se expõe a substâncias nocivas tem suficiente proteção legal?