Ao dar dinheiro para os rivais políticos do presidente sírio, Bashar Assad, Washington está seguindo seu curso normal, segundo opinou o analista político russo Mikhail Smolin, em entrevista à Rádio Sputnik.
"A confiança dos EUA no Exército Livre da Síria (ELS) é um mito que já foi desmascarado. O mundo percebe que o ELS é incapaz de lutar contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Assim, não faz sentido apoiá-lo com todo o dinheiro dado pelos EUA", disse o entrevistado.
Além disso, segundo ele, às vezes é muito difícil distinguir entre combatentes do EI e do ELS.
"As armas americanas são muitas vezes apanhadas por terroristas. E todo mundo que luta contra o terrorismo na Síria tem de enfrentar militantes do EI com armas americanas", acrescentou.
Smolin também ressaltou que a assistência militar dos Estados Unidos para os grupos da oposição síria equivale a interferência militar direta no conflito.
"Isto não é apenas uma escalada, mas também ingerência no conflito. Os Estados Unidos estão agora alimentando a guerra com ‘gasolina de alta octanagem’. Os rebeldes sírios já receberam armas antitanque", pontuou o analista.
Algumas disposições do projeto de lei de defesa dos EUA se referem diretamente à Rússia. O projeto mantém, por exemplo, a disposição que permite que o Pentágono tome medidas específicas se a Rússia violar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) – acordo assinado entre EUA e URSS em dezembro de 1987, que previa a eliminação de mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais, cujo alcance estivesse entre 500 e 5.500 km.
"Os Estados Unidos observam um tratado enquanto puderem tirar proveito dele. Podemos supor que os EUA desenvolveriam suas armas ofensivas de mísseis além do tratado", disse Smolin.