EUA abastecem guerra na Síria com ‘gasolina de alta octanagem'

© AP Photo / Militant website via APMilitantes do Estado Islâmico lançam um míssil antitanque em Hassakeh, no nordeste da Síria, 26 de junho de 2015
Militantes do Estado Islâmico lançam um míssil antitanque em Hassakeh, no nordeste da Síria, 26 de junho de 2015 - Sputnik Brasil
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Os EUA vão fornecer mais de US$ 700 milhões em ajuda militar para os grupos da oposição síria. Ao apoiar os rivais de Bashar Assad, Washington está apenas seguindo sua estratégia usual, afirma o analista político Mikhail Smolin.

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O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei de defesa que supõe apoio a exércitos e formações armadas de outras nações. De acordo com o documento, US$ 300 milhões serão destinados para o fornecimento de armas para a Ucrânia, e outros US$ 715 milhões – por iniciativa do Presidente Barack Obama – serão enviados a grupos oposicionistas armados na Síria.

Ao dar dinheiro para os rivais políticos do presidente sírio, Bashar Assad, Washington está seguindo seu curso normal, segundo opinou o analista político russo Mikhail Smolin, em entrevista à Rádio Sputnik.

"A confiança dos EUA no Exército Livre da Síria (ELS) é um mito que já foi desmascarado. O mundo percebe que o ELS é incapaz de lutar contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Assim, não faz sentido apoiá-lo com todo o dinheiro dado pelos EUA", disse o entrevistado.

Além disso, segundo ele, às vezes é muito difícil distinguir entre combatentes do EI e do ELS.

"As armas americanas são muitas vezes apanhadas por terroristas. E todo mundo que luta contra o terrorismo na Síria tem de enfrentar militantes do EI com armas americanas", acrescentou.

Smolin também ressaltou que a assistência militar dos Estados Unidos para os grupos da oposição síria equivale a interferência militar direta no conflito.

"Isto não é apenas uma escalada, mas também ingerência no conflito. Os Estados Unidos estão agora alimentando a guerra com ‘gasolina de alta octanagem’. Os rebeldes sírios já receberam armas antitanque", pontuou o analista.

Algumas disposições do projeto de lei de defesa dos EUA se referem diretamente à Rússia. O projeto mantém, por exemplo, a disposição que permite que o Pentágono tome medidas específicas se a Rússia violar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) – acordo assinado entre EUA e URSS em dezembro de 1987, que previa a eliminação de mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais, cujo alcance estivesse entre 500 e 5.500 km.

"Os Estados Unidos observam um tratado enquanto puderem tirar proveito dele. Podemos supor que os EUA desenvolveriam suas armas ofensivas de mísseis além do tratado", disse Smolin.

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