O contrato tem duração de 15 anos e vai permitir que o Brasil explore reservas de cobalto, níquel, platina, manganês, tálio e telúrio, materiais que são utilizados, por exemplo, no refino do petróleo, em materiais capazes de suportar altas temperaturas e também em radiografia. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, a proposta brasileira estava em análise desde 2013.
O Brasil é o primeiro país do hemisfério sul a assinar contrato com a Autoridade Internacional, colocando o país no grupo das principais nações pioneiras em pesquisas minerais nos oceanos, que inclui Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul.
Segundo o diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil, Roberto Ventura Santos, o contrato vai promover o desenvolvimento tecnológico e econômico do país.
“Isso traz também todo um processo de desenvolvimento tecnológico, de recursos humanos, e o Brasil entra numa nova fronteira exploratória de conhecimento, que eu espero que vá trazer não só recursos econômicos como também recursos humanos e tecnológicos para o nosso país”, diz Roberto Ventura Santos.
Através da parceria o Brasil vai poder estudar e explorar economicamente recursos minerais em uma área de 3 mil km², dividida em 150 blocos de 20km² cada, numa região conhecida como Alto do Rio Grande, uma elevação submarina localizada em águas internacionais a cerca de 1.500km do Rio de Janeiro.
Roberto Ventura Santos explica que durante os cinco primeiros anos do contrato serão realizados trabalhos de reconhecimento da região. Duas expedições vão coletar dados, além de amostras de água e de minerais.
O contrato envolve ainda a participação de universidades e a cooperação com outros países, fortalecendo as relações internacionais, técnicas e científicas. O plano de trabalho está orçado em mais de US$ 11 milhões.
“Nós conhecemos muito pouco os oceanos”, comenta o diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico. “Particularmente, o Atlântico Sul é a área dos oceanos que talvez seja menos conhecida, e a nossa ideia é que esse projeto traga o desenvolvimento e, além disso, uma cooperação mais efetiva com nossos países vizinhos, tanto na América do Sul quanto na África, que são banhados por esse oceano.”
O Serviço Geológico do Brasil informa que nos últimos 5 anos já foram investidos cerca de R$ 60 milhões em pesquisas no Atlântico Sul, com recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.