O jornal prevê que tanto o chanceler russo, Sergei Lavrov, como o presidente Putin agora vão agir com mais confiança nas suas negociações sobre a Síria.
O sucesso da campanha aérea russa contra o Estado Islâmico, que "mudou fundamentalmente a situação no terreno", fará a Rússia sentir-se mais confiante.
O resultado das conversações entre os ministros das Relações Exteriores em Viena sugere que o governo sírio e a oposição devem chegar a acordo no prazo de seis meses sobre a criação de um "governo de unidade nacional".
"Gostaríamos de que as delegações da Síria, tendo iniciado tais negociações, cheguem a acordo sobre um governo de união no prazo de seis meses — uma espécie de governo de unidade nacional que irá abordar as questões atuais", disse o ministro das Relações Exteriores russo após as negociações.
O plano de transição também sugere que o governo de unidade elabore uma nova Constituição e em 18 meses se realizem eleições livres, que serão organizadas pela ONU e de acordo com a nova Constituição.
No entanto, existem alguns obstáculos neste processo, diz o jornal.
Primeiro, é a composição da delegação da oposição. Os opositores ao atual governo da Síria vêm de muitos grupos diferentes. Eles tiveram que concordar com a composição dos representantes que devem participar das negociações.
Por outro lado, há a questão de saber quais são os grupos que devem ser aceites como parceiros de negociação e quais devem ser classificados como terroristas.
O destino do presidente Assad também continua a ser uma questão importante.
A posição da Rússia e do Irã, que insistem que o presidente Assad não deve se demitir e sugerem que ele poderá participar nas futuras eleições presidenciais, difere da postura da Arábia Saudita e Turquia, que exigem que ele deverá se afastar, embora não imediatamente.
Os EUA também querem Assad se demita; no entanto, as autoridades americanas dizem que ele poderá permanecer no poder durante um período transitório.