Ao todo, são 850 militares, compondo o 23.° Contingente na Minustah. Do total, 669 militares são de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e vão assumir o Batalhão de Força de Paz. Os outros 181 são do Rio de Janeiro e vão atuar no Grupamento Operativo do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
O Coronel José Ricardo Vendramin Nunes falou à Sputnik Brasil sobre o treinamento dos militares brasileiros para mais esta missão no Haiti. Ele é comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, organização do Exército Brasileiro vinculada ao Ministério da Defesa e que tem por missão apoiar o preparo de militares, policiais e civis para missões de paz, de desminagem e humanitárias.
Segundo o Coronel Vendramin, uma vez no Haiti, os militares brasileiros trabalham em conjunto com a Polícia local e a Polícia das Nações Unidas.
“A responsabilidade primária de segurança é da Polícia Nacional Haitiana, que vem sendo treinada e formada há vários anos. Junto com ela, existe a orientação da Polícia das Nações Unidas. Se os problemas não são resolvidos, entram as tropas militares, e o batalhão brasileiro é a tropa de maior presença, de maior efetivo e de maior força na Minustah. Aí ele age, mas de modo conjunto com as outras polícias. A tarefa do batalhão brasileiro é só intervir se for necessário.”
Vendramin explica que em maio de 2016 a Minustah completará 12 anos, sendo uma missão em que a presença militar vem sendo reduzida, com perspectiva de que praticamente se encerre em dezembro do ano que vem, dependendo do equilíbrio político e econômico no país.
“Se a situação política e econômica continuar melhorando, estima-se que no final de 2016 a presença militar seja muito pequena. Até lá, as Nações Unidas pediram ao Brasil que mantenha um batalhão. Então, até outubro do ano que vem um batalhão brasileiro tem que estar lá, para dar garantia de condições de segurança.”
Além das funções militares, os brasileiros no Haiti atuam no patrulhamento e em atividades sociais e de cunho humanitário, o que, segundo o Coronel Vendramin, causa cada vez mais uma aproximação positiva com os haitianos.
“A população haitiana nos respeita muito, e há uma grande adesão da população”, diz Vendramin. “É claro que numa população que sofre muito, que tem muitas dificuldades, sempre há gente insatisfeita, mas a massa da população apoia o batalhão brasileiro. Tanto é que na área onde o batalhão brasileiro se envolveu esses anos todos houve sempre pacificação. Nunca tivermos problemas com a população haitiana.”
Atualmente, existem 16 missões de paz da ONU no mundo, e o Brasil participa de 10 delas.