“Agora é difícil descobrir tudo isto. Por isso são interpostos tão poucos processos judiciais nesta área. Por isso é necessário alterar a legislação, inclusive, assegurar a responsabilidade dos operadores (de telecomunicações)”, disse o representante do FSB, Andrei Yegorov, durante a reunião do comité internacional do Conselho de Federação, câmara alta do parlamento russo, na segunda-feira (16).
Na segunda-feira (16), o comité discutiu os atentados que tiveram lugar em Paris.
Yegorov afirmou que a ameaça da Internet é “alta” porque é onde “os militantes do Estado Islâmico são recrutados e organizam o financiamento [do terrorismo]”.
Também se manifestou a favor de aperfeiçoar a legislação que permite responsabilizar os que recrutam mercenários e recolhem dinheiro para financiar o terrorismo nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, o primeiro vice-presidente do comité constitucional da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Aleksandr Ageyev pediu que o chefe do FSB, Aleksandr Bortnikov, considere a possibilidade de limitar o acesso dos usuários russos ao aplicativo de troca de mensagens Telegram.
“Segundo as mensagens na mídia russa, o aplicativo Telegram é usado para divulgar propaganda pelos terroristas do Estado Islâmico”, afirma Ageyev. “Podemos admitir que ali decorre o processo de recrutamento de cidadãos russos para o Estado Islâmico”.
O deputado destaca que, segundo as informações na mídia, o Telegram foi usado pelos terroristas para coordenar as suas ações durante os atentados em Paris de 13 de novembro. Os especialistas dizem que toda a informação enviada através do aplicativo é protegida e passa por várias etapas de encriptação.
Hoje se tornou púbico que a Duma de Estado está preparando uma declaração oficial sobre os atentados em Paris. O presidente do Comité para Assuntos das Associações Sociais e Organizações Religiosas, Yaroslav Nilov, afirmou que o comité está elaborando o texto da declaração.
Uma série de atentados com tiroteios e tomada de reféns teve lugar em Paris na sexta-feira, 13 de novembro. Entre os locais afetados estavam várias ruas da capital, o teatro Bataclan, perto do centro, e o Estádio de França, ao norte da cidade. Segundo os últimos dados, os atentados levaram as vidas de 132 pessoas. É já o pior atentado da história francesa.