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Brasil define como prioridade o acordo entre Mercosul e União Europeia

REPORTAGEM BRASIL - NORUEGA 2 DE 17 11 15
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Ao participar de um debate promovido na segunda-feira, 16, em São Paulo, pela Eurocâmaras, associação que reúne as câmaras de comércio dos países europeus, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia é prioridade para o Brasil.

No seminário “Oportunidades de um Acordo Preferencial com a União Europeia”, ao ser questionado pela imprensa sobre já se estar no final do ano e o acordo ainda não ter sido firmado, o Ministro Armando Monteiro garantiu que está tudo dentro do prazo que foi acordado em junho com a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, de que até o final deste ano a troca de ofertas terá início. 

“Nós estamos chamando o comissariado europeu exatamente para que possamos dar início à troca de ofertas, e a nossa oferta está pronta no Mercosul”, afirma o ministro. “Vai haver uma reunião dos ministros europeus no dia 27 de novembro. Embora a comissária tenha um mandato, que é dado pelos 26 países da União Europeia, é evidente que antes do início da troca ela tem que validar a posição da oferta europeia. Portanto, há dificuldades que não se situam apenas do nosso lado. Na própria União Europeia existem assimetrias e contradições em relação aos próprios interesses do bloco europeu. Do nosso lado, a oferta do Mercosul está pronta, e nós estamos dispostos a iniciar o processo de troca imediatamente”.  

Segundo Armando Monteiro, hoje os acordos comerciais têm uma nova dinâmica. O acordo entre Mercosul e União Europeia é fundamental para fortalecer os dois blocos, e no caso do Brasil será muito importante para reposicionar a política comercial do país no mercado global.

“O Brasil quer estar presente num momento novo da economia mundial. Os Estados Unidos não tinham um acordo como esse do Transpacífico até a semana passada. Com muitos desses países os EUA não tinham um acordo de comércio. O Japão, por exemplo, não tinha um acordo de comércio, e no entanto é um país desenvolvido. Portanto, os acordo acontecem quando estão maduros. Não adianta querer queimar etapas nesses processos, e de resto não são os governos só que fazem acordos. As posições têm que estar respaldadas pelo setor privado. Portanto, eu acho que agora as condições estão maduras e postas. Nesse momento em que há novos mega-acordos em escala global, nada mais oportuno em fazer esse acordo com a União Europeia, que vai fortalecer ambos os blocos nesse cenário do comércio mundial”.

O ministro ressaltou que a oferta do bloco sul-americano está totalmente compatível com os compromissos assumidos pelos chefes de Estado na Cúpula Mercosul-União Europeia de 2010, oferecendo cobertura em bens em quase 90% do comércio, sem excluir nenhum setor, o que comprova o propósito de melhorar os termos apresentados em 2004.

“Só se faz um acordo nessa perspectiva de liberalização comercial se a oferta incluir um grau de cobertura, ou seja, se ela alcançar um número expressivo de bens, porque se ela não alcançar um número expressivo de bens o outro lado não se interessa pelo acordo”, afirma o Ministro Armando Monteiro. “O que nós estamos oferecendo é uma proposta bastante efetiva  em seu alcance, porque ela atinge quase 90% de todo o universo de bens, sejam eles industriais ou não, incluindo serviços, que é uma área muito sensível hoje, incluindo compras governamentais. Portanto, nós achamos que, apesar do tempo que isso demandou, nós chegamos a uma posição que eu acho que viabiliza o acordo”.

Ao falar com a mídia, o ministro foi questionado se o resultado das eleições presidenciais na Argentina, no dia 22, poderá dificultar o acordo entre Mercosul e União Europeia. Para Armando Monteiro, independentemente de quem sair vitorioso, Daniel Scioli ou Mauricio Macri, em nada afetará as negociações do bloco sul-americano com a União Europeia.

“Eu acho que qualquer que seja a definição do processo eleitoral da Argentina não trará nenhum prejuízo ao processo de negociação com a União Europeia, pelo contrário. Eu acho que a posição de ambos os candidatos é claramente favorável ao acordo”.

Durante o seminário “Oportunidades de um Acordo Preferencial com a União Europeia” o Ministro Armando Monteiro fez um apelo aos 140 empresários de vários países europeus que estavam presentes, para que depois dessa negociação de 15 anos entre Mercosul e União Europeia realmente chegue ao fim o processo de acordo para ampliar o fluxo comercial, de importações e exportações, até o fim deste ano. A expectativa do ministro é de que o acordo entre em vigor efetivamente a partir de 2017.

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