Passada a reunião de cúpula do grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, Aslund declarou que o presidente russo não somente deu um passo inteligente ao propor a reestruturação da dívida ucraniana, como se tornou a "estrela" do encontro ao deslocar sabiamente o foco de interesse do Ocidente da Ucrânia para a Síria.
No entanto, apesar de reconhecer a genialidade da proposta de Kremlin em reestruturar a dívida ucraniana, Aslund acredita que a mesma seja "inaceitável", já que, uma vez aceita por Kiev, colocaria a Rússia numa posição vantajosa com relação aos demais credores do país, que optaram pela amortização de 20% da dívida. Nesse sentido, ele destaca que a Rússia ainda exige garantias por parte de seus parceiros europeus e norte-americanos.
Na opinião do economista, a oferta de Putin foi "muito inteligente", já que através dela ele conseguiu alterar a sua política de "teimoso que evita negociações" para uma política de abertura ao diálogo, "tornando-se novamente uma estrela na reunião do G20".
Aslund é especializado em pesquisas na área de política e economia da Rússia, é professor adjunto na Universidade de Georgetown e estuda as economias da Rússia, Ucrânia e Europa Oriental. Entre 1984-1987 ele trabalhou na Embaixada da Suécia em Moscou e em 1989 publicou o livro "Luta de Gorbachev por reformas de mercado". Além disso, Aslund é membro da Academia Russa de Ciências Naturais, professor honorário da Universidade Nacional do Quirguistão, co-presidente do conselho de curadores da Escola de Economia de Kiev e diretor do conselho consultivo do Centro de Pesquisas Sociais e Econômicas de Varsóvia.