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Ajuda francesa contra terrorismo no Brasil aponta falha na segurança nos Jogos Rio 2016

© Josi Pettengill / Secom-MTPoliciais do Bope simulam resgate de refém na Arena Pantanal em Cuiabá
Policiais do Bope simulam resgate de refém na Arena Pantanal em Cuiabá - Sputnik Brasil
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A preparação da segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016 está falha e deverá ser realizada também pelos órgãos internacionais de segurança, para monitorar possíveis ataques terroristas. A afirmação é do comentarista de Segurança Pública, ex-oficial da PM do Rio de Janeiro e Antropólogo, Paulo Storani, em entrevista exclusiva para a Rádio Sputnik.

Ao comentar a oferta da França ao Brasil para cooperar com a segurança das Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016, Storani disse que grupos radicais estarão voltados para o país diante deste grande evento esportivo que coloca o Brasil como o primeiro país da América do Sul a sediar uma Olimpíada. Segundo o especialista, a segurança deverá ser realizada por “instruções brasileiras, Policias Federal, Rodoviária Federal, Estadual, mas também pelos órgãos internacionais de segurança, no sentido de acompanhar e monitorar o movimento desses grupos radicais, que, com certeza, estarão voltados para os Jogos Olímpicos, em razão da sua magnitude e representatividade, em razão da presença de delegações estrangeiras.”

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De acordo com o especialista, o reforço na segurança deveria ter acontecido antes da Copa do Mundo, em 2014. “Me preocupa muito o nível em que se encontra hoje a organização da segurança dos Jogos, a despeito das estruturas das instalações, das estruturas de mobilidade urbana. Me preocupa muito mais em razão dos fatos novos, como os de 13 de novembro, em Paris, e o que nós não fizemos ainda e não estamos fazendo.”

Paulo Storani alerta que, faltando menos de um ano para os Jogos, toda a parte de segurança, principalmente de combate a atos terroristas, já deveria estar em funcionamento. “A essa altura, faltando uns sete meses para os Jogos Olímpicos, essa estrutura já deveria estar pronta e em funcionamento, e o que nós não estamos vendo é nenhuma estrutura, nenhuma coordenação, nenhuma instituição que se coloca como responsável para realizar treinamentos permanentes dessas instituições, principalmente voltados para a possibilidade de ataques de grupos radicais.”  

Para o ex-oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o fato da França colocar a sua inteligência à disposição do Brasil para ajudar nos Jogos significa que o apoio internacional não estava previsto, o que reforça, segundo Storani, a existência de falhas no esquema de segurança brasileiro para as Olimpíadas. “Significa que isso não estava previsto, não havia sido feito, a ponto do próprio responsável pela delegação francesa (ministro de Assuntos Exteriores e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius) se colocar à disposição exatamente porque, de forma diplomática, está dizendo o seguinte: vocês não fizeram o seu dever de casa e nós franceses estamos preocupados com a segurança dos nossos nacionais, dos nossos atletas, nossos chefes de estado, e das pessoas que irão assistir aos Jogos. Nas entrelinhas, é isso que o responsável pela delegação francesa fez ao oferecer ajuda à Presidenta Dilma Rousseff.”

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Paulo Storani acredita que se o Brasil não oferecer um mínimo de segurança para as pessoas que virão ao país, algumas delegações poderão reduzir o número de atletas e até mesmo nem comparecer aos Jogos Rio 2016. “Se o Brasil não mostrar capacidade de prover um mínimo de segurança para as pessoas que vierem ao país, algumas delegações poderão não comparecer aos Jogos Olímpicos, o que vai ser um atestado de incompetência para o governo brasileiro, e principalmente para quem ficou encarregado dessa parte dos Jogos.”

O Consultor  de Segurança Pública deixa claro que o Estado Islâmico representa um real perigo para o Brasil, pois nenhum país estaria imune ao que aconteceu na França. “A forma como as pessoas hoje circulam entre os países, e a Europa é um grande exemplo disso, sem dúvida nenhuma abre essa possibilidade. É um risco que sempre deve ser considerado em qualquer evento da magnitude que foi a Copa do Mundo, e serão os Jogos Olímpicos. As Olimpíadas sempre foram, desde o atentado em Munique, na Alemanha, em 1972,  uma vitrine. Todo um cuidado deve ser tomado em relação a isso. Há possibilidade do Brasil ser alvo de ataques sim, desde que eles encontrem facilidade para ingressar no território brasileiro.”

Storani alertou ainda que as fronteiras brasileiras são muito vulneráveis pela quantidade de drogas e armas que entram no país e chegam aos grandes centros. “ O Rio de Janeiro é caracterizado pela utilização de armamento encontrado em guerras convencionais, alguns encontrados até nas mãos de terroristas do Estado Islâmico. Isso é preocupante, porque o que poderia ter sido feito, planejado e executado, e seria o grande legado para o país dos Jogos Olímpicos, seria um sistema de monitoramento das fronteiras. Lamentavelmente isso não foi feito.”

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