O Seminário, que segue até a próxima quinta-feira (27), discute justamente as possíveis ameaças terroristas nas Olimpíadas Rio 2016. De acordo com a Abin, acordos de parceria com serviços de inteligência de cerca de 110 países já foram confirmados para garantir a segurança das delegações que vão participar do megaevento esportivo, que vai reunir mais de 200 países.
Segundo Ricardo Berzoini, os recentes ataques extremistas na França mostram que todo o cuidado é pouco, mesmo com o Brasil tendo se saído bem no quesito segurança durante a Copa do Mundo em 2014.
“Evidentemente, a complexidade das Olimpíadas é que são muito mais países, e países com uma diversidade política e de relações internacionais muito mais complexa. Então, nós temos que redobrar os esforços, aproveitar o que foi feito na Copa do Mundo e produzir iniciativas e resoluções que sejam capazes de melhorar o que já foi feito. Esse tipo de assunto é um desafio para grandes potências, para países que já têm experiência na relação com esse tipo de evento, portanto, nós também temos que ter a mesma preocupação. Saber que todo o cuidado é pouco, que todos os preparativos têm que ser feitos com muita responsabilidade”.
Para o Diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, também presente no Seminário, em Brasília, não existem países 100% preparados para o combate ao terrorismo, mas a experiência brasileira positiva nas Copas do Mundo e das Confederações atesta que o Brasil está bem preparado para eventuais ataques terroristas.
Trezza ainda garantiu que não há qualquer indício que aponte a presença de uma célula terrorista do Estado Islâmico ou de qualquer outro grupo extremista no país. Ainda assim, ele afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência realiza uma série de avaliações e investigações sobre o assunto.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse à imprensa nesta terça-feira, ao participar da abertura da 12ª reunião com integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), que estão na cidade para avaliação do Projeto Olímpico dos Jogos de 2016, que vê como normal a especulação de possíveis ataques durante os Jogos por conta dos últimos acontecimentos. No entanto, ele e afirmou que não está preocupado, pois confia no esquema de segurança montado. O Prefeito ressaltou que não há essa tradição terrorista no Brasil e que a humanidade não pode ficar refém disso, mas é preciso ficar atento.
“É natural, tendo visto o atentado em Paris, que se fale mais sobre o isso. Mas não tenho preocupação nenhuma. O esquema de segurança estava muito bem montado, e vai seguir muito bem montado. É acompanhamento de inteligência dos outros organismos de inteligência no mundo, e não vejo nenhum drama nisso não. Acho que a humanidade não pode ficar temendo dar a vitória para esses terroristas. A barbárie não pode vencer a civilização. Não é um tema que estamos tratando aqui, nem muito menos é uma realidade brasileira. Agora, é óbvio, vamos receber um grande evento e tem que se pensar nisso".
Na próxima semana, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (SESGE/MJ) deve apresentar o plano de segurança para os jogos, que vai incluir, além do combate ao terrorismo, ações de cooperação internacional, segurança nas instalações olímpicas, operações aeroportuárias e policiamento ostensivo em pontos estratégicos.
De acordo com o Ministério da Defesa, a segurança das Olimpíadas vai contar ainda com um efetivo de 38 mil militares das Forças Armadas, que vão atuar durante as competições olímpicas e paralímpicas no Rio e em outras cidades que vão receber as partidas de futebol.
Segundo o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, o custo total da segurança dos Jogos Olímpicos será de R$ 1,3 bilhão.