Após os atentados terroristas na França, a questão da segurança se tornou uma das maiores preocupações de todos durante a realização dos Jogos, que vão contar com um efetivo de 85 mil agentes, sendo 47 mil para segurança, defesa civil e ordenamento urbano, e mais 38 mil militares das Forças Armadas.
O esquema operacional foi planejado com a participação de diversas instituições federais, estaduais e municípios do Rio de Janeiro. 74 países que vão participar dos jogos enviaram representantes e autoridades que trabalham na área de segurança para acompanhar a apresentação do plano de segurança para os Jogos.
Os investimentos do Ministério da Justiça para garantir a segurança das Olimpíadas somam cerca de R$ 1,5 bilhão, valor incluindo o legado da Copa do Mundo, que são os equipamentos que foram comprados para o evento e que passaram a ser utilizados, como os Centros Integrados de Comando e Controle, os veículos e tecnologias de monitoramento, e os equipamentos de proteção para policiais.
Durante a apresentação do plano de segurança do governo federal para os Jogos Olímpicos de 2016, a Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, garantiu que apesar dos últimos eventos terroristas na França, o Brasil tem condições para garantir a defesa e a segurança dos Jogos.
“Dizemos a todos com responsabilidade que estamos preparados para receber esses jogos e teremos condições de segurança no país, para os atletas, para quem vem assistir, e além de tudo essa maravilhosa cidade os receberá de braços abertos.”
Segundo o Secretário Nacional da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, o plano de segurança será, em termos de efetivo, o mesmo adotado durante a Copa das Confederações e da Copa do Mundo., porém, a grande novidade, é que pela primeira vez na história das Olimpíadas, no Rio de Janeiro haverá um Centro Integrado Antiterrorismo (Ciant), onde agentes de inteligência internacionais vão cooperar com a Polícia Federal, em informação, monitoramento e combate a possíveis ataques durante o evento.
“É a primeira vez na história dos Jogos, que haverá um ambiente específico e próprio para a troca de informações para o enfrentamento ao terrorismo. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), tem as suas ferramentas, tem o seu trabalho também nesse contexto, e isso nos permite ter o conforto de dizer que estamos sim precavidos. Estamos adotando todas as medidas, importantes e necessárias para o enfrentamento ao terrorismo.”
Andrei Rodrigues também comentou sobre a liberação do visto de entrada no Brasil, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff, para o período dos Jogos. De acordo com o Secretário, a não exigência do visto está ligada apenas a diplomacia, não havendo riscos no que diz respeito a segurança.
“O visto é uma questão de diplomacia, de reciprocidade, uma questão de relações internacionais, que não se confunde com requisitos de segurança para ingresso no país. É uma legislação bastante rigorosa, que tem parâmetros, que tem requisitos, que vai ser regulamentada por decreto e que não traz nenhum impacto na segurança de eventos.”
Andrei Rodrigues deixou claro ainda que a liberação do visto não vai valer para todos os países.
O Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, que é o relator da fiscalização dos jogos no tribunal, também participou do encontro, e chamou atenção que a Olimpíada vai acontecer em um momento delicado por causa dos atentados em Paris, e pediu solidariedade entre os países, pois os jogos fazem parte de toda a comunidade internacional.
Augusto Nardes alertou, que todo o cuidado deve ser tomado, e destacou falhas no plano de segurança, como a necessidade de uma maior integração entre os órgãos de segurança pública do país.
“Temos problemas de integração da Polícia Civil, Militar, Federal, Polícia Rodoviária. É um problema sério, porque os Estados são autônomos, os municípios são autônomos. O Tribunal está dando a sua contribuição e mostrando essas falhas para que haja tempo ainda de se fazer as correções.”
Conforme auditoria preventiva feita pelo Tribunal de Contas da União, 68% das secretarias estaduais não se comunicam, e classifica como intermediária a situação da política de governança em 20 dessas secretarias. O Ministro ainda falou sobre a preocupação quanto a questão da evasão de divisas, e a falta de controle sobre a imigração no estado do Acre, no norte do Brasil, ressaltando a necessidade de maior integração por parte do Ministério das Relações Exteriores através de acordos bilaterais com países vizinhos.