Kazbekov, de nacionalidade russa, participou da cerimônia de abertura da cúpula da mídia dos países-membros do grupo BRICS (grupo informal composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A cúpula acontece em Pequim e marca mais um passo na consolidação do espaço midiático — e, pelo visto, econômico — do grupo.
"Nos próximos meses, nós enfrentaremos um grande trabalho, tendo em vista a necessidade de formar o pessoal do banco, de elaborar os primeiros projetos. É uma tarefa muito grande e séria, que precisa ser realizada para que possamos, até o final de abril [de 2016], preparar para assinatura o primeiro pacote, que conterá pelo menos um projeto de cada uma das partes", ressaltou Kazbekov,
O vice-presidente do banco destacou que a Rússia e a Índia já apresentaram os seus projetos e o projeto brasileiro está chegando "um dia desses".
O Novo Banco de Desenvolvimento ainda não está funcionando. Está na última etapa da constituição, mas o funcionamento da entidade é iminente, fato que é confirmado por vários especialistas internacionais. Por isso, "apesar de o banco não estar operando ainda, existe um grupo de trabalho temporário" que está examinando os projetos, frisou o representante russo.
Vladimir Kazbekov destacou uma das ideias mais populares recentemente na economia internacional: intercâmbio em moeda nacional, sem recurso ao dólar estadunidense. Neste sentido, o vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento acha que o yuan renminbi, "moeda do povo" da China, seria uma ótima opção para começar.
"Claro, tendo em conta a estabilidade da moeda chinesa e do volume do mercado de dívida chinês, eu acredito que a entrada no mercado chinês para fazer empréstimos em yuans será um dos primeiros passos para garantir a criação dos fundos do Novo Banco de Desenvolvimento", disse Kazbekov.
O yuan já teve várias experiências, que foram qualificadas de positivas, de uso duplo com o rublo russo, em regiões fronteiriças entre a Rússia e a China, em 2005.
A criação do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS foi anunciada na cúpula do grupo em Fortaleza, no Brasil, em 2014. Em 2015, a ideia se solidificou e o banco obteve uma sede, em Xangai (China). O principal objetivo da entidade será financiar projetos de infraestrutura nos países-membros do grupo BRICS e em países emergentes.