'Moeda popular' vira moeda de reserva

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Em reunião da segunda-feira (30 de novembro), o Comitê Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) deliberou sobre a próxima entrada da moeda chinesa, yuan, na lista das cinco moedas de reserva.

Desta maneira, a "moeda popular" (tradução do chinês do termo renminbi, que é também usado para se referir ao yuan) será o quinto integrante de uma lista que já tem tais "pesos pesados" como o dólar estadunidense, o euro da União Europeia, a libra esterlina britânica e o iene japonês.

A lista, cujo nome oficial é Direitos Oficiais de Empréstimo (SDR, na sigla em inglês) foi criada pelo FMI ainda em 1969.

Porém, a moeda chinesa guardará, por enquanto, algumas diferenças. Só em 2020 o yuan será livremente convertível — no momento ele não pode ser comprado e vendido sem restrições.

A própria presidente do FMI, Christine Lagarde, declarou ontem que a inclusão do yuan na lista de moedas de reserva pode fomentar o interesse dos bancos mundiais. Contudo, advertiu que Pequim precisará cogitar sobre a abertura internacional do seu mercado.

"É um importante marco em um caminho que, com certeza, irá incluir mais reformas", frisou Lagarde, em uma clara alusão à reforma, desejada pelo FMI, que reduziria a manutenção rígida do curso cambial do yuan e implicaria um regime de transparência para investidores internacionais.

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A decisão do Fundo não foi nenhuma novidade e era esperada. Para Egor Susin, chefe de pesquisa do Centro de Prognósticos Financeiros do banco Gazprombank, ela é "justificada".

"A economia chinesa e a moeda chinesa já há muito correspondem às exigências apresentadas a uma moeda de reserva", disse Susin em uma entrevista à Sputnik.

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Comentando as vantagens que a China terá com o yuan reconhecido como uma moeda de reserva, Susin destacou o seguinte: "…isso fortalecerá a posição da China nos mercados internacionais reduzindo os riscos relacionados com as transformações na política do Sisteme de Reserva Federal [Banco Central dos EUA] e de outros bancos centrais. Isso implicará ampliação do papel e da influência no mundo".

Por sua parte, o Banco Popular — Banco Central da China — reconhece os desafios e a necessidade de reformas. "Nós devemos fomentar a confiança nos ativos em yuans por parte dos investidores tanto nacionais como estrangeiros e ao mesmo tempo evitar o riscos financeiros relacionados com a entrada da moeda a um nível internacional", disse o chefe do Departamento de Pesquisa e Estatística do Banco Popular da China, Sheng Suncheng.

Um ano (quase) de espera

Apesar de a decisão ter sido tomada ontem, o yuan enfrenta um pouco menos de um ano para integrar a lista do SDR. É que em agosto do ano em curso, os administradores do FMI optaram por prolongar a vigência da lista atual para até 30 de setembro de 2016. Via de regra, a lista é revista a cada cinco anos.

Desta maneira, o yuan passará a ser moeda de reserva somente a partir de 1 de outubro do ano que vem.

Yuan triunfante nos BRICS

Já nesta terça-feira (1), o vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, Vladimir Kazbekov, informou que a entidade começará o seu funcionamento oficial com uma atenção especial ao yuan.

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