Alessandro Pansa, diretor dos programas das finanças corporativas da Escola de Gestão LUISS e ex-chefe da empresa Finmeccanica admitiu, em uma entrevista à Sputnik, que há possibilidade de que o Daesh estivesse vendendo petróleo à Europa através da Líbia e Turquia.
“O Daesh controla poços de petróleo, mas não controla os oleodutos nos portos. Isto é a razão porque o petróleo por parte do Daesh pose ser contrabandeado somente por terra de camiões-cisternas”, explica o especialista.
Daqui, o especialista conclui que o Daesh recebe o lucro daqueles países que estão combatendo contra o terrorismo e cujos cidadãos morrem nos atentados:
“Nem a França, nem a Grã-Bretanha, nem os EUA não compram os derivados do petróleo ou minerais ao Daesh. O fato é que as estruturas mediadoras, alegadamente legítimas, se ocupam da atividade comercial ilegal, introduzindo o petróleo e outros artigos preciosos no mercado que depois são incluídos nos artigos legítimos, Infelizmente, é possível que comprando estes artigos, apoiemos com finanças o Daesh, sem o notar”.
Dado que a Arábia Saudita e Qatar financiam abertamente o Daesh, especialista frisou que o Ocidente quisesse impedir efetivamente o financiamento as organizações terroristas por parte destes países, já o tinham feito há muito tempo.
“Mas [o Ocidente] sempre queria receber, por um lado, os minerais por bom preço, por outro lado, apoiou aqueles regimes políticos que foram considerados como um ‘mal menor’”, comentou o especialista.
O cientista político faz notar que enquanto os EUA, França e Itália impõem as sanções contra a Rússia, não se pode imaginar que tais sanções sejam introduzidas contra a Arábia Saudita e Qatar que fornecem 30% do petróleo e gás. De acordo com Alessandro Pansa, seria melhor para a Europa importar mais petróleo da Rússia e menos da Líbia em que o Daesh tem grandes oportunidades de contrabandear o petróleo e gás.