De acordo com os dados do IBGE, em 2004, o rendimento dos 10% mais ricos no Brasil representava 4,3 vezes o rendimento dos 40% mais pobres. Em 2014, a diferença caiu para 3,1, o que representa uma redução de quase 28%.
No mesmo período, o acesso da população a saneamento (água tratada, esgoto e coleta de lixo) aumentou, passou de pouco mais de 64% para 70,7% em dez anos.
Outro destaque do estudo do IBGE é o aumento no número de bens. A presença da máquina de lavar nas residências brasileiras, por exemplo, passou de 34% para 58%.
A Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, comemorou os resultados, e disse que os avanços são resultado das políticas públicas. Segundo ela, o Brasil não só avançou do ponto de vista da renda, mas também obteve melhoras no acesso a bens duráveis, aceso à energia elétrica e à internet.
“O Brasil reduziu muito a pobreza a partir de 2003, no início do governo do Presidente Lula. E muita gente dizia que a pobreza e a miséria estavam caindo no Brasil porque o mundo e o Brasil estavam crescendo e nós estávamos nos aproveitando desses ventos favoráveis da economia mundial, por isso a pobreza vinha caindo. Só que se nós olharmos a pobreza, e a extrema pobreza, nesse período 2004-2009, que era um período em que o mundo crescia e o Brasil estava conseguindo exportar muito, e olharmos um período onde o mundo já estava em crise e a dinâmica no Brasil já diminuía, que é 2009-2014, nós vemos que a gente continuou reduzindo a pobreza, mesmo em um período onde os ventos mundiais não nos favoreciam. Por quê? Exatamente porque a agenda social continuou, porque a gente continuou com políticas públicas voltadas para a população pobre, melhorando a vida da nossa população, e tivemos os resultados”.
A pesquisa também traz dados sobre a educação no Brasil, e mostra, por exemplo, que a desigualdade racial também diminuiu no país. Porém, o nível de instrução entre a população preta ou parda ainda é bem inferior ao registrado pela população branca.
A proporção de estudantes com idades entre 18 e 24 anos que frequentavam o ensino superior praticamente dobrou em uma década, chegando a quase 60% em 2014. Em 2004, do total de estudantes pretos e pardos na mesma faixa etária, cerca de 17% cursavam o ensino superior. Em 2014, já eram mais de 45%. Mesmo assim, o percentual é menor do que o de brancos nas universidades há dez anos, quando já se registrava 47%. Entre os estudantes brancos entre 18 e 24 anos, a proporção que está no ensino superior agora já chega a 71%.