Este é um dos trechos em destaque no relatório divulgado pela OCDE – Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – sobre os países que apresentaram maiores e menores índices de desenvolvimento.
Segundo o estudo da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, “as economias dos Estados Unidos e do Reino Unido parecem estar perdendo fôlego”. Ainda de acordo com o documento, “o indicador mensal da OCDE, que registra os pontos de virada na economia, apontou para a estabilização das taxas de crescimento, notavelmente na Zona do Euro, onde a França se destacou com mais sinais de fortalecimento”.
Baumann comenta que “no caso da China há um processo de acomodação, mas há alguns indicadores, inclusive de preços internos, que mostram que a política de estímulo ao consumo interno tem dado resultados. É claro que não é o brilhantismo dos anos anteriores, mas há alguns indicadores na margem que mostram que o desempenho não é tão ruim quanto se pensava”.
O pesquisador do IPEA destaca que “já no caso do Brasil são dados que não compreendem a aceleração da turbulência política do último mês. São indicadores antecedentes, ou seja, trata-se de um conjunto de indicadores que alguns institutos coletam para estimar o que deve ser o ritmo de atividade, como consumo de energia elétrica, gastos com gasolina, com transporte. São indicadores isolados que, tomados em conjunto, tendem a guardar uma boa correlação com os resultados finais no final de cada mês, ou de cada período, com relação ao desempenho econômico”.
O Professor Renato Baumann observa que a imagem que formou a partir de outras fontes é um pouco distinta do resultado da OCDE, “mas isso podem ser variações na margem”.
“Como o próprio relatório diz, são pontos de virada – tradução literal do inglês turning point – que é quando temos uma série de dados, uma série temporal, ao longo do tempo, que vai numa tendência, como uma montanha-russa. Sobe, sobe, sobe e de repente cai; ou o contrário, cai, cai, cai e de repente sobe. O ponto de virada é esta virada de uma coisa que vinha caindo para uma coisa ascendente, ou vice-versa. É uma análise marginal em cima de alguns indicadores antecedentes. É interessante, tem seu valor, sobretudo para agentes que reagem no curto prazo, como os agentes do mercado financeiro.”
“A China é notícia porque é a segunda economia do planeta”, afirma Renato Baumann. “Ela vinha crescendo a 12%, 14%, e deve agora estar no patamar de 6%. Isso é importante, mas 6% numa economia daquelas dimensões ainda é muita oportunidade de negócio. Já a Índia é a grande novidade. É uma economia que vem crescendo em padrões asiáticos, a 7%, é o país com a maior oportunidade em termos demográficos, população jovem, que deve superar a da China em número total de habitantes mas com uma diferença grande, pois a China está envelhecendo, como a maior parte dos demais países do planeta. A Índia ainda é o país com o bônus demográfico e crescendo a uma taxa bastante acelerada. Imagina-se um desempenho projetado ao futuro bastante expressivo daquela economia. É um país que também tem seus conflitos com os vizinhos, há um conjunto de interrogantes geopolíticas, mas do ponto de vista de indicador econômico a Índia realmente tem se destacado com crescimento alto e inflação baixa.”