De acordo com o chanceler, que concedeu uma entrevista à mídia italiana, exigir que presidente legítimo renuncie é "artificial" e colocar esta exigência como condição preliminar do combate ao terrorismo contradiz as normas do direito internacional.
"Por enquanto, os parceiros [da Rússia no combate ao terrorismo] colocam a mobilização total do potencial antiterrorista na dependência da saída de Assad. Há nuances: eles já deixaram de exigir o seu desaparecimento num átimo, aceitam que ele participe de um processo de transição política, mas seguem insistindo em se estabelecer uma data, um prazo depois do qual ele [Bashar Assad] já não iria cumprir os seus poderes", comentou Lavrov.
Moscou considera "tal aproximação como artificial e contraditório ao direito internacional, contraditório aos princípios da democracia".
"Se nós todos assinamos, no âmbito do processo de Viena <…>, a necessidade de admitir o direito do povo sírio de decidir por sua conta própria a questão do futuro da Síria, devemos partir disso", ressaltou Lavrov.
Coalizões
Eis a diferença da situação com o Iraque, diz Lavrov: "Com o Iraque, existe um acordo, este Estado soberano consentiu e até se dirigiu à coalizão com um pedido de eliminar terroristas no seu território". Já "as autoridades sírias iriam cooperar com tais parceiros estrangeiros" — se eles tivessem esperado um pedido oficial.
As autoridades da Síria tinham enviado tal pedido à Rússia — que o aprovou em 30 de setembro, enviando aviões da Força Aeroespacial à base aérea de Hmeymim.
Aliás, Lavrov disse que o Daesh pode ser "rapidamente" vencido ao "se unirem" os potenciais antiterroristas das coalizões americana e russa com as forças terrestres da Síria".
Mais cedo, em novembro, após ordem correspondente do presidente russo, Vladimir Putin, o grupo marítimo russo no Mediterrâneo estabeleceu o contato com o grupo francês, encabeçado pelo porta-aviões Charles de Gaulle, dando início assim a uma nova coalizão.