Ceres, o maior corpo celestial do cinturão, atrai a atenção desde março, quando a espaçonave não tripulada Dawn apareceu nas suas imediações querendo fazer amizade.
Naquela foto, uma das primeiras do encontro (de longe ainda), se vê claramente um ponto brilhante.
Viu? Prepare-se para mais: há mais de 130 locais como este — não são visíveis em uma foto com esta dimensão, mas demos crédito aos cientistas.
Segundo o grupo de pesquisadores, composto por representantes de instituições e universidades europeias e norte-americanas, o ponto mais brilhante contém sulfato de magnésio, que é uma espécie de sal.
Daquele local, situado na cratera Occator, emana uma neblina — que, de acordo com os astrônomos, é uma sinal da presença de uma substância gelada — que se evapora ao ser tocada pela luz do Sol.
Sim, pode ser a água também. O texto da pesquisa, publicado na revista Nature, diz: "…componentes adicionais que não são refletidos espectralmente com nesta faixa de comprimento de onda, como o gelo de água, também podem estar presentes".
Mais um argumento a favor da hipótese de água são os dados obtidos do telescópio Herschel, que dão conta de uma "substância volátil, muito provavelmente água".
Como disse o Mensageiro Sideral da Folha de São Paulo: "Seja qual for a composição desse material, uma coisa é certa: água esteve envolvida em sua formação'.
Na verdade, em Occator, de 90,5 km de diâmetro e de 4 km de profundidade, há "múltiplos pontos brilhantes parcialmente coalescidos".
Ceres fica em uma região um pouco por trás de Marte (visto do Sol), que promete tornar a ser o centro das atenções na próxima década.