A Rússia poderá levantar a questão sobre a introdução de sanções contra a Turquia no Conselho de Segurança da ONU no âmbito do contrabando de petróleo realizado pelo grupo terrorista Daesh, mas Moscou ainda não tomou a decisão respetiva, declarou Churkin na entrevista à agência noticiosa russa RIA Novosti:
"Teoreticamente, claro, que é possível [introduzir sanções contra a Turquia]. Mas vivemos no mundo real. A OTAN decidiu proteger a Turquia no caso do nosso avião abatido. Outros reprovam a Turquia nos corredores, mas não fazem isso abertamente. É por isso que nós, tendo em conta a realidade, devemos prever o que pode acontecer."
A razão para a possível introdução de sanções – a informação sobre o contrabando de petróleo – toca mais uma questão, a dos procedimentos de informação de outros países sobre este tipo de dados. De acordo com Churkin, os EUA e a Turquia deveriam ter notificado o Conselho de Segurança da ONU sobre o contrabando de petróleo pelos terroristas do Daesh, mas não o fizeram.
"Perguntei a eles [generais do Pentágono] uma questão muito simples: vocês já voam naquela região por um ano, e os nossos – por dois meses e já apresentámos muitas fotos que mostram que o petróleo passa pela fronteira turca. Não sabia disso? Eles devem ter sabido, e se sabiam, deveriam informar o Conselho de Segurança," disse.
De acordo com a Resolução 2199 adotada em fevereiro por iniciativa russa, os países devem fornecer informações sobre as situações deste tipo, destacou Churkin.
Mais cedo em dezembro o Ministério da Defesa da Rússia apresentou imagens de satélite que mostram um comboio do Daesh transportando para países terceiros, inclusive para a Turquia, até 200 mil barris de petróleo, usando pelo menos 1.722 caminhões-cisterna.
Após a revelação russa, os funcionários do governo dos EUA confirmaram a existência de comércio ilegal de petróleo entre o Daesh e empresários turcos, mas declararam que o volume do petróleo contrabandeado dos territórios controlados pelo grupo terrorista é economicamente insignificante.