O caso será julgado pelo Tribunal de Justiça da República, na França. Enquanto isso, o Conselho de Administração do FMI, que representa os 188 Estados-membros da organização, "continua confiando na capacidade da diretora-gerente para assumir eficazmente suas funções", segundo declarou um porta-voz da instituição.
Lagarde foi colocada sob investigação em agosto de 2014 por ter autorizado o pagamento de 403 milhões de euros (€ 434 milhões, na taxa de câmbio atual) em um acordo fora dos tribunais com o empresário Bernard Tapie em 2008, durante o governo do então presidente Nicolás Sarkozy.
O montante foi pago pelo governo como indenização pelos alegados prejuízos sofridos pelo bilionário francês, que é amigo de Sarkozy, na venda da Adidas pelo banco semipúblico Crédit Lyonnais. Para decidir a questão, o Ministério das Finanças formou na época uma “corte de arbitragem”, que finalmente tomou a decisão de pagar a Tapie os 403 milhões de euros, escandalizando boa parte da população francesa.
Em 2011, o Ministério Público da França acusou Lagarde de escolher uma mediação privada para o caso Tapie em vez de recorrer à via judicial, o que teria dado maior neutralidade ao processo.