"Eu gostaria de os agradecer, porque eu já estava fazendo as minhas malas. Era para eu sair, mas agora eu posso ficar", disse Assad sarcasticamente ao canal de televisão holandesa NOS em uma entrevista.
De acordo com o presidente, são os cidadãos que decidem quem deve liderar um país. As potências estrangeiras não devem intervir nisso.
O povo da Holanda, por exemplo, não aceitaria uma pessoa escolhida pelos sírios para ser o seu primeiro-ministro. Então por que deverá ser diferente no caso da Síria? perguntou Assad.
"A Síria é um país soberano. São os sírios, e não os europeus, quem deve decidir se têm um mau presidente ou um bom presidente," explicou Assad, acrescentando que, se a maioria dos sírios quer que ele se demita, ele vai certamente obedecer à vontade do seu povo.
Falando sobre a expansão do terrorismo no Oriente Médio, Bashar Assad disse que foi a Europa juntamente com a Turquia, o Qatar e a Arábia Saudita, que transformaram a Síria em um viveiro do terrorismo e do extremismo islâmico.
O segundo erro foi que os líderes europeus "trocaram os valores europeus por petrodólares", permitindo às organizações jihadistas se infiltrarem na Europa, disse Assad.
É por isso que atualmente é a Europa que exporta terroristas, e não ao contrário — os terroristas vêm da Europa para a Síria e, quando voltam para casa, realizam ataques terroristas. Todos os três terroristas responsáveis pelos ataques de Paris em novembro eram europeus, não sírios, frisou Assad na TV holandesa.
A Síria mergulhou em guerra civil em 2011, com o exército leal a Assad combatendo várias fações da oposição e grupos militantes.
O Ocidente e vários países do Oriente Médio não consideram Assad a autoridade legítima da Síria. Em 2011, Washington impôs sanções contra ele na esperança de que ele fosse renunciar.