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Líder do Governo na Câmara diz que país precisa de 'mais Estado' e 'menos mercado’

© Foto / Luis Macedo / Câmara dos Deputados / Acessar o banco de imagensCâmara dos Deputados do Brasil
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No dia da posse do novo ministro da Fazenda, causaram repercussão na Câmara as declarações do líder do Governo, José Guimarães, de que, para reaquecer a economia, o país precisa de menos ajuste fiscal, mais crédito para consumo e de que a Fazenda libere mais empréstimos aos Estados. E que, se aumentar um pouco a dívida, não há problema.

José Guimarães (PT-CE) afirmou que, “se se reaquece a economia estadual, se reaquece a nacional também. Não pode mais ficar esse casulo de segurar, segurar. Já segurou demais”.

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, a Deputada Federal Margarida Salomão (PT-MG) recebeu como positivas as palavras de José Guimarães. “Eu acho que o líder foi feliz”, disse ela.

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Antes da posse, Nélson Barbosa procurou tranquilizar investidores
“E ele naturalmente se reporta a situações como investimentos em políticas de inclusão social, como o Bolsa Família, que levaram tantos milhões de pessoas a deixar a miséria extrema e outras a conseguir uma condição mais beneficiada dentro da escala social. Isso só foi possível pela ação do Estado.”

Segundo Margarida Salomão, no Brasil, em função da elevadíssima desigualdade, é necessário contar com políticas públicas eficazes para compensar essa situação histórica de grande disparidade social no país.

“Nesse sentido é que eu considero que o Deputado José Guimarães foi feliz em dizer que no Brasil é preciso que se tenha uma ação muito positiva do Estado. O mercado por si só não seria capaz de promover uma política de equalização social, de compensação histórica.”

Sobre a reação negativa do mercado ao nome de Nélson Barbosa para o Ministério da Fazenda, em substituição a Joaquim Levy, a deputada analisa que o mercado faz uma avaliação equivocada na medida em que considera que a mudança de Levy por Barbosa significa uma inversão de mão nas políticas a serem desenvolvidas.

“No que diz respeito à seriedade do ajuste que as finanças do Brasil precisam sofrer, eu não tenho nenhuma dúvida que o Ministro Nélson Barbosa vai militar nesse sentido. Possivelmente, fará de uma forma  mais gradual e mais negociada do que vinha fazendo o Ministro Levy. Então, eu acho que a movimentação do mercado é mais uma pressão para que as políticas desenvolvidas atendam as prioridades que o mercado elege do que efetivamente uma avaliação negativa do Ministro Nélson Barbosa.”

Margarida Salomão também concorda com as declarações da Presidenta Dilma Rousseff de que Nélson Barbosa vai surpreender e retomar o crescimento econômico do país.

“Sem sombra de dúvidas”, garante a deputada, “porque sem crescimento nós não chegaremos à meta que todos desejamos, que é o desenvolvimento para todos. Ninguém de nós abre mão nem do desenvolvimento, nem do rigor fiscal, nem da responsabilidade com que a gente deve gerir este país, mas sempre mirando estrategicamente aquilo que é o nosso maior propósito, que é criar uma nação que seja socialmente mais justa.”

Sobre as repercussões da possibilidade de instauração do processo de impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff, a Deputada Margarida Salomão avalia a temperatura do atual quadro político do país como “em ebulição”, mas afirma que os ânimos já estiveram piores.

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“Nós temos um verão fervente. A temperatura política é de ebulição. É fato que nós conseguimos dar uma estabilizada. A temperatura vinha subindo, escalando de forma geométrica, mas o pronunciamento muito equilibrado e sereno do Supremo Tribunal Federal e a posição cada vez mais frágil do Deputado Eduardo Cunha na Presidência da Câmara levaram a uma situação que de fato corresponde também à temperatura das ruas. É fato que as últimas manifestações pelo impeachment, pelo golpe, foram muito menores do esperavam aqueles que as promoveram, e menores do que as que aconteceram no dia 16 de dezembro em defesa da democracia do Brasil. Isso tudo gerou uma situação de uma certa estabilidade, mas é uma estabilidade, digamos, nervosa.”

De acordo com a deputada, é preciso estar atento e trabalhar muito para que se consiga reconstituir a base do Governo, as condições parlamentares da governabilidade, para que a Presidenta Dilma Rousseff chegue ao fim do seu mandato cumprindo, inclusive, os compromissos que ela assumiu no ano passado com o povo brasileiro.

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