O México foi o primeiro país a ter, no início de dezembro, o registro da vacina contra a dengue da Sanofi. Em seguida o produto teve liberação nas Filipinas. O Brasil é o terceiro país a ter o registro do imunizante.
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, a diretora médica da Sanofi Pasteur no Brasil, Sheila Homsani, diz que a medida da Anvisa representa um marco importante, principalmente por este ter sido um ano em que se apresentou uma das piores epidemias de dengue no país, e destaca que isso ainda não significa que o produto já estará imediatamente no mercado.
Segundo a Doutora Homsani, é preciso ainda que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) defina o valor de cada dose, processo que deve durar pelo menos 3 meses.
“Este ano foi muito difícil – foi uma das piores epidemias de dengue que nós tivemos. Houve mais de 2 milhões de casos notificados, mais de 800 óbitos. É muito gratificante saber que a vacina foi aprovada no Brasil e vai poder ajudar muita gente. Com essa aprovação, vamos fazer as embalagens e imprimir o registro do produto, que tem que obedecer às regras brasileiras. E, para ser disponível na rede privada agora, precisamos da aprovação da Câmara de Medicamentos. Assim que a CMED aprovar o valor, aí, sim, nós vamos ter autorização para liberar as vacinas nas clínicas.”
Sobre a possibilidade de a vacina contra dengue ser oferecida gratuitamente pelo SUS – Sistema Único de Saúde, Sheila Homsani explica que só após a aprovação do produto pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos é que o Ministério da Saúde deverá decidir se vai incluir a vacina no calendário público. “Nós ainda não temos essa informação definida ou solicitação nesse sentido, mas, agora que foi aprovado, pode ser que o Ministério nos faça alguma solicitação para falar sobre a inclusão ou não, e para quem.”
Apesar das etapas que ainda faltam no processo para a comercialização da vacina contra a dengue no país, a diretora médica da Sanofi espera que a vacina esteja disponível para utilização no Brasil no primeiro semestre de 2016.
Sheila Homsani alertou para o fato de que esta vacina é indicada para pessoas entre 9 e 45 anos e que, apesar de proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue, não tem eficácia para as outras doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti, como a chikungunya e a zika, vírus que é um dos responsáveis pelo o aumento do número de casos de microcefalia no Brasil.