“Hoje se completam 183 anos da contínua ocupação, o povo e o governo argentino reiteram os direitos inalienáveis de soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul, Ilhas Sandwich do Sul e os territórios marítimos circundantes", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
A questão das Ilhas Malvinas é um assunto de disputa de longa data entre a Argentina e a Grã-Bretanha, o que levou a um conflito armado em 1982, causando a morte de 649 argentinos e 255 britânicos. A guerra de 72 dias foi vencida pela Grã-Bretanha.
Em março de 2013 foi realizado um referendo sobre o status do arquipélago. A maioria da população se posicionou a favor das ilhas permanecerem sob a posse do Reino Unido. A Argentina não reconheceu o resultado do referendo.
Nas últimas eleições do país, a oposição chegou ao poder com o neoliberal Mauricio Macri, eleito presidente da Argentina em 23 de novembro.
Para a professora de Relações Internacionais da UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Míriam Saraiva, especialista em políticas latino-americanas com ênfase em países como Brasil e Argentina, a posição do Presidente Mauricio Macri em relação à soberania das Ilhas Malvinas não surpreende.
“Há um artigo na Constituição Federal da Argentina que obriga o chefe de Estado e Governo a envidar todos os esforços para a recuperação da soberania nacional sobre as Malvinas e sobre os territórios marítimos circundantes. Porém, o artigo não fala em ofensiva militar contra o detentor dessa soberania, no caso, o Reino Unido. Portanto, esse artigo dá a entender que os mencionados esforços se deem apenas por via diplomática, por meio da discussão política pacífica e negociada.”