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Opinião: Entre as duas Coreias qualquer incidente poderá levar a um grande conflito

© REUTERS / KCNAParada militar em Pyongyang
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A primeira semana de janeiro de 2016 está sendo marcada por uma escalada de tensões entre as duas Coreias, desde que a do Norte anunciou na quarta-feira, 6, a detonação bem sucedida de sua Bomba H. Logo após, a Coreia do Sul iniciou uma imediata mobilização, no que foi acompanhada pelo Japão.

Coreia do Sul e Japão são alvos preferenciais da Coreia do Norte sempre que seus líderes produzem algum fato extraordinário. Pelo menos, esta tem sido a tônica das alegações de japoneses e sul-coreanos, no que são acompanhados pelos Estados Unidos, seu parceiro natural.

Entre quinta e sexta-feira, dias 7 e 8, as duas Coreias deslocaram tropas para a já altamente militarizada região de fronteiras. Além disso, reativaram os serviços de mensagens por alto-falantes, de tal modo que um lado faz chegar ao outro as vantagens de trocar de país.

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O Professor Yann Duzert, da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, especialista em negociação e resolução de conflitos internacionais, declara que a situação exige muita cautela de parte a parte, além da atenção e prudência de toda a comunidade internacional. Segundo Duzert, o mundo não pode subestimar o poder de fogo da Coreia do Norte, menos ainda do seu líder, Kim Jong-un.

“Nós estamos com uma escalada de conflitos, infelizmente clássica, onde cada um quer mostrar cada vez mais músculos e intimidações”, diz Yann Duzert. “Vejo que estamos com líderes jovens, cuja falta de controle de nervos pode, a qualquer momento, criar um pequeno incidente que pode aumentar e se tornar um incidente maior, com armas mais perigosas ainda. Existe um risco.”

“Penso que a China pode tentar controlar ou diminuir a agressividade do líder da Coreia do Norte. Mas o que me preocupa mais é um pequeno incidente, um pequeno fogo se tornar um incêndio, uma troca de tiros na fronteira, um barco que pode ser atacado, pequenas agressividades que rapidamente podem escalar para um nível que não queremos ter. Não sei até que ponto a China e a Rússia vão poder controlar erros, acidentes e agressividades muito regionais, muito localizados, de pequeno tamanho, que a qualquer momento podem escalar para um nível de bomba maior, até nuclear, se houver.”

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