Relatório da OTAN vazado mostra impotência do exército afegão

© AP Photo / Rahmat GulAgentes das Forças de Segurança do Afeganistão e os soldados norte-americanos
Agentes das Forças de Segurança do Afeganistão e os soldados norte-americanos - Sputnik Brasil
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Um relatório secreto da OTAN recentemente vazado revelou a situação séria de incapacidade do exército do Afeganistão de proteger o seu país.

A respetiva informação foi divulgada pela revista alemã Der Spiegel. Apesar dos bilhões de dólares investidos no exército do Afeganistão, ele não está pronto para combater contra o grupo terrorista Talibã, que se fortaleceu muito no ano passado.

"No total, em todo o país, apenas um dos 101 batalhões de infantaria é considerado ‘pronto para combater’ e 38 unidades têm ‘grandes problemas’", divulgou a publicação citando o relatório.

De acordo com este último, dez batalhões, quer dizer cerca de 600 soldados, estão completamente inoperacionais.

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O general Campbell, que desde agosto de 2014 chefia a missão dos EUA no Afeganistão, declarou que, dos 17 batalhões estacionadas nas províncias de Cabul e Kandahar, só 12 estão operacionais, mesmo assim em grau limitado.

Cabul, localizado no centro do país, e Kandahar (no sul do país) são as duas maiores cidades do Afeganistão, e o Talibã tem realizado ataques nestas duas cidades nas últimas semanas.

O grupo radical reivindicou a responsabilidade pelos três atentados na capital afegã que mataram cinco civis e feriram pelo menos 56. Em 9 de dezembro, durante o ato terrorista do Talibã no aeroporto de Kandahar, muitas pessoas foram também mortas. 

Constatando a falta de prontidão de combate, o relatório segredo da OTAN também revela muitas baixas nas tropas, não só por morte mas também por deserção.

"Estatisticamente, em 2015 o Exército Nacional Afegão (ANA) perdeu 22 soldados diariamente. Com mais de 8.000 mortes em um ano, as perdas subiram 42 por cento em comparação com o ano anterior," diz-se no relatório.

Ainda de acordo com este, um número elevado de soldados não só deixam as fileiras do exército, como também passam para o Talibã. Assim, o exército afegão perde um terço dos seus soldados.

Em dezembro de 2014, os EUA e a OTAN terminaram a missão de combate ISAF (Força Internacional de Assistência para a Segurança) que estava realizando operações contra terroristas, além de treinamentos e assistência às forças de segurança do Afeganistão.

Após a missão ISAF ter terminado, uma missão mais limitada chefiada por Campbell esteve prestando apoio à OTAN, e o Talibã retomou grandes áreas do Afeganistão. Atualmente o grupo terrorista controla mais território do que em qualquer momento desde 2001, quando a invasão liderada pelos Estados Unidos derrubou o governo de então.

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