“Na verdade agora o Paquistão está em uma situação desesperada. Com o aparecimento de militantes do Daesh no Afeganistão, a situação torna-se ainda mais aguda. O governo em Cabul não controla o que acontece no norte do país. Os militantes penetram do Afeganistão ao Paquistão e, quaisquer que sejam as operações do exército, os paquistaneses simplesmente não conseguem lidar com a tarefa de liquidação da ameaça terrorista”.
Enquanto isso, dentro do Paquistão o descontentamento e a desconfiança em relação aos EUA aumentam. Washington, tendo prometido ao país ajuda técnico-militar e financeira na luta contra o terrorismo, parece não se apressar a cumprir a promessa.
O Paquistão já tinha pago há muito tempo por este contrato militar, mas continua sem os caças.
Talvez por esta mesma razão entre os paquistaneses ganha força a opinião de que os EUA traem sistematicamente os seus aliados e privam o Paquistão da possibilidade de se desenvolver. Especialmente tendo em conta que os EUA ligam a prestação de ajuda com a necessidade da sua presença militar na região, nota Vladimir Sotnikov:
“Os americanos pediram muitas vezes nos anos passados ao governo paquistanês para instalar no território do Paquistão tropas americanas. Trata-se primeiramente de tropas especiais. Não deixa de ser uma violação da soberania do Paquistão”.
O tratamento do Paquistão por parte dos EUA como uma espécie de Estado-pária que alegadamente não quer vencer o islamismo radical, segundo a opinião do especialista russo, nos leva a colocar uma questão lógica. Será que os EUA realmente fazem tudo o possível para lutar efetivamente contra o jihadismo e o Islã radical? Ou eles simplesmente usam os slogans de luta contra a ameaça de terrorismo como pretexto para fortalecerem e expandirem a sua presença militar no Oriente Médio e Ásia do Sul?