O jornalista está certo que a demissão se insere em uma campanha sistemática de perseguição da mídia de oposição.
"(Foi) por indicação direta, que podia ter existido, porque há jornalistas que denunciaram várias semanas atrás que isto estava acontecendo, (visto que eles o sofreram na carne) ou porque a mídia capta perfeitamente a imagem existente da conduta do atual governo", sublinhou Hugo Morales.
Depois disso ele manifestou dura crítica contra as autoridades da Argentina:
"O país está nas mãos da troika composta por Clarín, o Mudemos (a coligação eleitoral que levou Macri ao poder), e uma perna do Judiciário. De cada um destes membros da troika alguns de nós fomos vítimas neste mês de governo, governo que está determinado a não respeitar o Congresso, a não respeitar a justiça ou a obter da justiça tudo o que lhe permite realizar a sua vocação de se afirmar como um governo de direita, inevitavelmente repressivo".
"Parece-me que acabei por ser vítima da impotência da empresa onde trabalhei, da cumplicidade da mesma, ou da ideia de que a empresa não pode continuar a sua vida econômica se não estiver alinhada com o que o governo determina", acrescentou Morales.
"Estamos aqui defendendo a Lei de Meios. O que ocorre com esta lei é que nos acordou, é a lei da juventude, é a utopia que tem crescido com os mais jovens, e lutamos por esta lei", disse ele se dirigindo à multidão na praça de Maio.
Promulgada em 2009 pela antecessora de Macri, Cristina Kirchner, a Lei de Meios permitia às organizações sociais e à sociedade argentina em geral, segundo o respectivo decreto, ter alguma participação na política de comunicação social da Argentina, a fim de evitar o monopólio da mídia por grupos de interesses econômicos privados. Este controle era efetuado por meio de duas agências, a AFSCA e a AFSTIC – Autoridade Federal de Tecnologias de Informação e Comunicações.