“Agora, quando ele já não fica conosco, entendo que éramos amigos e não simplesmente conhecidos. Trabalhamos em conjunto por algum tempo na área legal. Brincava muito e gostava de caçoar dos seus amigos. No ano passado faleceu.
Aproximava-se o Arbaeen (dia de luto após 40 dias da morte do imã Husayn ibn Ali), bem como a viagem de peregrinação para [a cidade de] Karbala. <…> Discutíamos a peregrinação com Hamidreza, ele também queria ir a Karbala. Combinamos encontrar-nos ali. <…> Ninguém podia prever que seria o nosso último encontro… Quando telefonei a ele em Karbala ninguém respondeu, e eu fiquei um pouco surpreendido. Hamidreza sempre respondia. Não consegui falar com ele nos dias seguintes. Fiquei preocupado mas ninguém dos seus familiares e amigos comuns que eu contatava não sabia sobre o seu destino.
Hamidreza só comunicava com o seus familiares. Telefonava da base de treinamento e depois de um mês já da linha de frente, frente onde naqueles tempos se realizavam batalhas violentas. <…> falava um bom árabe local. Sempre parecia-me que é uma grande vantagem falar árabe, mas quando imaginei Hamidreza na linha de frente, cara a cara com o inimigo e que o seu bom árabe foi o culpado disso…
Durante alguns dias a sua morte não foi confirmada. Depois se tornou conhecido que foi ligado a batalhas prolongadas, ninguém podia prestar informações. Mas finalmente receberam o atestado de óbito. A vida de Hamidreza terminou em qualquer lugar perto de Aleppo.
Hamidreza Asadollahi fez a sua escolha. <…> preferiu uma morte de mártir.”