Segundo o Governo, a nova tecnologia vai agilizar o resultado dos exames, porque evita a necessidade de três testes separados, e o kit também vai reduzir custos, especialmente porque substituirá por um produto nacional os insumos que são obtidos de fornecedores internacionais.
Atualmente a realização do teste para dengue, zika ou chikungunya custa mais de R$ 2.000, e com a nova tecnologia o valor deverá ser de cerca de US$ 20, o equivalente a R$ 80. A expectativa do Governo brasileiro é de que a produção dos novos kits de testes represente uma economia de 50% aos cofres públicos.
A equipe da Fiocruz também foi a responsável por confirmar a presença do vírus zika no líquido amniótico de duas gestantes com fetos com microcefalia. A evidência foi primordial para direcionar as investigações iniciais sobre o vírus zika e sua correlação com a microcefalia – má formação da cabeça e cérebro de bebês, durante a gestação.
Em entrevista, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou que o Governo vai adquirir 500 mil testes, e a previsão é de que eles estarão disponíveis no SUS – Sistema Único de Saúde ainda no primeiro semestre deste ano.
“O nosso interesse especial desse diagnóstico diferencial é com relação às gestantes, porque é muito importante uma gestante saber se ela está com dengue, com chikungunya ou com zika, porque a zika pode provocar a microcefalia.”
A previsão é de que as primeiras 50 mil unidades do teste comecem a ser distribuídas já a partir de fevereiro para os laboratórios estaduais.
De acordo com o relatório epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2015 foram registrados mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil. O número é o maior já registrado desde 1990, quando começou a série histórica. O recorde anterior foi em 2013, com mais de 1,4 milhão de casos de dengue. Já os casos de microcefalia suspeitos de ter relação com o zika vírus já ultrapassam 3,5 mil, segundo o último boletim do Governo.
Marcelo Castro chama a atenção para o fato de que o Brasil está vivendo um dos momentos mais críticos na saúde pública de toda a história do país, e que o estado é de emergência, por conta dos altos números da dengue em 2015 e agora de zika, detectado pela primeira vez em maio do ano passado.
O ministro da Saúde alerta que a única arma contra a disseminação das doenças é o combate aos criadouros do mosquito, e que para isso conta com a sociedade.
“Hoje nós só temos uma arma para combater o vírus zika: é destruindo os criadouros do mosquito Aedes Aegypti. E esses criadouros estão em sua grande maioria dentro das residências. Para isso nós precisamos da mobilização de toda a sociedade. Mas sabemos que a vitória final contra o vírus zika só se dará quando desenvolvermos uma vacina contra essa enfermidade.”
Na semana passada, o Governo do Estado do Havaí informou ter recebido do Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano a confirmação de que um bebê foi infectado pelo vírus zika ainda na barriga da mãe. A mulher teria estado no Brasil durante o mês de maio de 2015, e as autoridades havaianas acreditam que ela pode ter contraído o zika vírus no Brasil nos primeiros meses de gravidez. O Departamento de Saúde do Havaí, no entanto, afirmou que nem a mãe nem a criança estão doentes no momento.