Na quarta-feira da semana passada, o serviço de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USTPO) concedeu a Havana o direito temporário sobre a marca de rum Bacardi, mundialmente conhecida.
Citado pelo site chileno T13, Olivier Cavil, porta-voz da francesa Pernod Ricard, disse o seguinte: "Não sabemos quando a decisão a respeito desta renovação 2016-2026 será concedida".
A produtora francesa de bebidas alcoólicas Pernod Ricard é sócia de uma outra cubana desde 1993. Segundo os dados oficiais, relatados pelo site, em 2015 esta empresa mista distribuiu mais de 4,5 milhões de caixas do rum Havana Club de nove litros para mais de 125 países.
Através do seu site, a Pernod Ricard divulgou uma carta confirmando oficialmente a obtenção da renovação dos direitos.
A Bacardi, de origem cubana, mas com sede nas Bermudas, produz o seu rum homônimo — Havana Club — em Porto Rico. Em um comunicado divulgado no sábado (16), a empresa, cujo mercado principal são os Estados Unidos, pretende defender os seus "legítimos direitos" à marca Havana Club. Mesmo ficando longe de Havana.
As partes estão aguardando a deliberação do Tribunal Distrital de Columbia (EUA). A decisão do tribunal irá atribuir o Havana Club ou à empresa situada em Porto Rico (território associado dos EUA), ou a Cuba.
A Cubaexport obteve a marca em 1976, nos EUA. Porém, as leis do embargo, vigentes desde 1962, impediam a parte cubana de renovar os direitos ao seu produto, dando origem à "guerra do rum". Até a Organização Mundial do Comércio (OMC) chegou a arremeter-se contra os EUA neste assunto, considerando, em 2012, como discriminatória uma decisão legal de Washington datada ainda de 1992 que proibia reconhecer as marcas retidas pelo governo cubano.