O projeto de produção do seu próprio tanque na Coreia do Sul, especialmente de um como o K-2, não faz sentido econômico e dá pouco à Coreia do Sul em termos da segurança militar no médio prazo. Mas ele é importante do ponto de vista da política e da estratégia.
Como outros países da Ásia Oriental, inclusive o Japão, a Coreia do Sul está pronta para grandes sacrifícios financeiros para alcançar a independência total na área de produção militar. Por trás disso está uma incerteza profunda na durabilidade do sistema existente das relações internacionais na Ásia, assim como na capacidade dos EUA de desempenhar o papel do garante da segurança no futuro.
O primeiro tanque sul-coreano K-1, na sua primeira modificação, foi entregue ao exército ainda em 1999. Foi desenvolvido com a participação decisiva da empresa americana General Dynamics Land Systems e usava muito equipamento importado, inclusive o motor (no início da produção norte-americana, depois – alemã) e elementos-chave do sistema de pontaria.
Ele é destinado a fazer frente aos tanques norte-coreanos que, na sua maioria, são velhos veículos soviéticos ou “novos desenvolvimentos norte-coreanos” que de fato são tentativas de aperfeiçoar radicalmente o antigo tanque soviético T-62. A Coreia do Sul podia, usando uma parte pequena dos meios gastos no programa de produção do seu próprio tanque, comprar um volume necessário de tanques Leopard ou Abrams, visto que, nos países da OTAN há muitos tanques excessivos. Provavelmente estes veículos teriam na mesma vantagem absoluta sobre os tanques norte-coreanos e não seriam muito inferiores ao K-2. Graças à sua construção, eles seriam mais seguros, simples e baratos na exploração.
A Coreia do Sul faz esforços extraordinários na área da autossuficiência em armamento, tendo organizado a produção dos seus próprios sistemas antiaéreos com ajuda da Rússia, submarinos com ajuda alemã, tanques e aviões de combate com ajuda dos EUA. Apesar de o país já começar a entrar no mercado mundial de armas como exportador importante, não é possível contar com o retorno do investimento através da exportação. Trata-se de investimentos consideráveis na sua própria independência e segurança a longo prazo.