O Irã classificou as novas sanções de ilegítimas.
Cláudio Esteves explicou que os Estados Unidos, para defender as novas sanções, alegaram uma resolução do Conselho de Segurança, que proibia o Irã de realizar testes com mísseis. Sob esse ponto de vista portanto, não haveria nenhuma ilegitimidade, porque, em tese, haveria respaldo de uma resolução da ONU.
“A primeira impressão: a posição do governo Obama diz respeito a uma questão eleitoral. Alguns candidatos disseram que a implementação do Acordo Nuclear foi uma vergonha, já que os EUA colocaram US$ 100 bilhões na mão do maior financiador do terrorismo mundial. E também há uma espécie de satisfação, de uma acomodação com aliados importantes no Oriente Médio, que são Arábia Saudita e Israel.”
Segundo o especialista, os Estados Unidos estão buscando recompor uma base de aliados, que foi estremecida em função da aprovação do Acordo Nuclear. Claudo Esteves destaca que a Arábia Saudita e o Israel foram os países que mais se opuseram à aprovação desse acordo.
“No caso da Arábia Saudita, porque trouxe o Irã a um protagonismo na ordem regional do Oriente Médio. O Irã estava banido pela Ordem Internacional, então a volta do Irã, seu anúncio de pretender comprar ou estudar a compra de mais de 140 aviões da Airbus, isso já é um sinalizador de uma maior integração econômica. Isso pode facilitar também possíveis relações políticas, e a Arábia Saudita agora vê no Irã um potente rival, principalmente no que diz respeito à venda de Petróleo.”
Apesar da tensão existente entre Irã e Arábia Saudita, o professor não acredita num confronto armado entre os dois países.
“Eu não acredito. Eu penso que essas rivalidades, tal como são postas, possuem uma importante finalidade, são voltadas para o público interno. Para uma acomodação das tensões internas. O velho truque de criar um conflito externo para apaziguar os ânimos no cenário interno.”