O Artigo 4.º do Regimento do FMI prevê que funcionários do órgão podem realizar inspeções nas contas de empresas e sindicatos, bem como recomendar ações que julgar necessárias para melhor condução da economia do país inspecionado.
Em entrevista a jornalistas na cidade suíça de Davos, Alfonso Gay justificou o retorno como forma de dar mais transparência à administração do novo Governo e pelo fato de que “o organismo não faz recomendações à Argentina desde 2006”. Ainda no ano passado, porém, o FMI cobrou publicamente do Governo da então Presidente Cristina Kirchner maior visibilidade sobre o índice de inflação e o Produto Interno Bruto (PIB), e deu novo prazo, até julho deste ano, para que as mudanças sejam feitas.
Os números da inflação argentina dividiram economistas durante todo o mandato da Presidente Cristina Kirchner. No ano passado, por exemplo, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), a alta de preços foi de 23,9% em 2015, mas algumas consultorias privadas estimam que o índice tenha sido de 38,5%.
Com relação ao FMI, os números sobre a pobreza mostram grandes reduções em relação aos 13 anos de período dos Governos kirchneristas – do primeiro mandato de Néstor Kirchner, em 2003, aos dois últimos, de Cristina Kirchner. No fim da gestão do Presidente Carlos Menem (1989-1999), a política neoliberal deixou o índice de pobreza no país em 54%, índice que baixou para 40,2% na administração de Néstor Kirchner e a 4,7% em 2013, segundo o Indec.
A Argentina também está solicitando à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que se integre como membro pleno da entidade, e que seja revista a qualificação do país, para que possa voltar a pleitear novos créditos junto ao Clube de Paris.
Em outra ponta diplomática, o Presidente Mauricio Macri cumpre uma extensa agenda de encontros com presidentes de grandes multinacionais e investidores, a fim de obter novos aportes para a economia argentina. Na agenda de Macri, além da OCDE estão previstas reuniões com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, e com integrantes do próprio FMI.