Mídia: EUA podem perder a guerra do gás para a Rússia

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Distribuição russa de gás - Sputnik Brasil
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O início das exportações de gás dos EUA, marcado para os meses de fevereiro ou março deste ano, pode levar a consequências totalmente distintas daquelas previstas pelo governo norte-americano, reforçando ainda mais as posições da Rússia no mercado europeu, destaca um artigo publicado pelo jornal Foreign Policy.

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Desde que os EUA decidiram entrar para o mercado mundial de gás, há alguns anos, a situação mudou radicalmente, destaca a publicação. Em particular, "as previsões positivas sobre uma demanda insaciável na Ásia para o gás norte-americano foram totalmente anuladas".

O preço do gás caiu sensivelmente seguindo a desvalorização do petróleo, e já não cobre mais os gastos com a sua liquefação e o seu transporte através do mundo. Além disso, a demanda asiática por gás revelou-se menos crescente do que o esperado. O Japão conseguiu suprir sua carência por fontes de energia após a tragédia de Fukushima, enquanto a economia chinesa está arrefecendo. Além disso, a China dispõe de muitas opções para suprir sua demanda por gás, inclusive graças a novos contratos com a Rússia.

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Outro fator desfavorável aos planos dos EUA na Ásia foi o lançamento de projetos de gás pela Austrália, muito mais próxima aos mercados asiáticos do que os terminais norte-americanos de gás, localizado no distante Golfo do México.

Nessas condições, a única alternativa viável para as empresas dos EUA será a Europa, mas mesmo lá nem tudo é tão simples como parece, escreve Foreign Policy. E publicação explica que os terminais europeus capazes de receber gás natural liquefeito existem apenas na Europa Ocidental, sendo necessária a construção de novos gasodutos para alimentar a Europa do Leste com esse tipo de gás.

"O novo fluxo de gás dos EUA pode ter resultados paradoxais e reforçar, ao invés de reduzir, a dependência europeia da Rússia. O relativamente barato gás russo é tão atrativo, que já provocou uma cisão na Europa – por exemplo, a Alemanha busca construir novos gasodutos e está contando muito mais com o gás russo por motivos comerciais, apesar das constantes críticas de Bruxelas sobre a necessidade de encontrar fornecedores alternativos" – explica o artigo.

Na opinião do autor, contrariando a vontade de Bruxelas, a Gazprom (empresa estatal de gás da Rússia) conseguirá manter sua liderança por muitas décadas na Europa, caso consiga se adaptar às circunstâncias, baixando os preços e alterando a forma de tratar os negócios no continente.

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