Proibindo a mídia de entrar no país, Chisinau tenta controlar a forma como a informação chega ao público, só permitindo a versão oficial.
É de lembrar que em 21 de janeiro, representantes de três canais televisivos foram proibidos de entrar na Moldávia. O jornalista da Companhia Estatal russa de Televisão e Rádio, Aleksandr Balitsky, foi impedido de entrar no país durante cinco anos. E ele não é o único caso.
A RIA Novosti, cujo jornalista também não conseguiu sair do aeroporto de Chisinau, citou as palavras dos guarda-fronteiras russos que falaram com os jornalistas quando estes retornaram a Moscou.
“Só hoje já é o segundo caso”, disse um dos funcionários.
Outro guarda-fronteiras lembrou-se que tal situação já aconteceu no ano passado, mas que o país “fechado” para a mídia russa nessa altura era a Ucrânia.
“Naquela altura deportavam da Ucrânia ‘em massa’, não tínhamos tempo para falar com todos. Agora – é da Moldávia”, notou ele.
Moscou já respondeu às proibições. A representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, chamou-as de “violação do direito internacional”:
“Notamos com grande pesar que tais ações das autoridades em alguns países da Europa de Leste se tornam terrivelmente regulares”.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, também notou a analogia da situação com a Ucrânia:
“Todos nós fomos testemunhas de precedentes nesta esfera na Ucrânia vizinha. Com certeza, não desejaríamos, digamos, o desenvolvimento futuro na mesma trajetória”.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também se mostrou inquietada para com as proibições de entrada dos jornalistas russos.
“Apelo às autoridades moldavas para reverem a prática de medidas restritivas e seletivas em relação aos jornalistas de várias mídias russas, que foram proibidos de entrar no país, e deixarem todos os jornalistas fazerem a sua atividade profissional sem objeções”, cita a RIA Novosti as palavras de Dunja Mijatović, representante da OSCE para a liberdade da mídia.