Em 2003, o entrevistado, acusado de crimes de guerra alegadamente cometidos durante as guerras balcânicas da década de 1990, se dirigiu voluntariamente ao Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia (ICTY na sigla em inglês, a estrutura da ONU), mas, desde então, o tribunal não pode lavrar uma sentença.
Segundo ele, se a sentença for pronunciada durante a campanha eleitoral recém-iniciada, isso seria um estímulo para a sua carreira política.
“Tudo aponta para o fato de que eles não conseguem formular a sentença. Eles receberam a tarefa de me condenar, mas não sabem como o fazer. Eles não conseguiram apresentar quaisquer provas da minha participação em crimes de guerra”, disse.
“Em todo o caso, eu não me preocupo. O regime atual sim, provavelmente [se preocupa]. Mas a questão é se me entregarão a pedido de Tribunal ou não. Até o momento o premiê Vucic tem dito que não entregará. Será que mudará da opinião? Vamos ver”.
Falando da campanha recém-iniciada para as eleições extraordinárias, previstas para abril do ano corrente, Vojislav Seselj explicou a sua posição:
“Nós queremos tornar esta campanha eleitoral numa espécie de referendo: saber quem apoia a entrada na UE e quem é a favor da integração mais próxima com a Rússia, a CEE [Comunidade Econômica Euroasiática] ou com uma organização tipo OTSC [Organização do Tratado de Segurança Coletiva]”.
O líder oposicionista também explicou como entende o papel da Rússia no futuro da Sérvia. Segundo o político, no plano económico a Sérvia deve confiar em si, em seus produtores. Mas ao mesmo tempo, ele disse:
“Nós gostaríamos de nos apoiar na Rússia e ter um estatuto como tem a Bielorrússia: quer dizer, ser um Estado independente mas estreitamente ligado à Rússia no plano político, econômico e militar”.
Em 2008, o atual partido no poder Partido Progressista Sérvio (Srpska Napredna Stranka — SNS) foi formado em resultado da divisão do SRS.