O Professor Jonuel Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense, acredita que este é um passo importante para a definitiva reaproximação entre os dois países, a qual, no entanto, só estará completa quando o Congresso norte-americano aprovar o fim do embargo ao Estado cubano.
“Estas são medidas de caráter técnico, mais fáceis de serem tomadas, mas contêm um item importante, que é a possibilidade de financiamento de determinadas exportações, desde que não incluam produtos agrícolas e matérias-primas. São decisões tomadas em nível do Executivo, pelo Departamento do Comércio e o Departamento do Tesouro. É um primeiro passo, e mais do que isso o Governo norte-americano parece não estar disposto a fazer, porque estabeleceu um plano de fases.”
E a questão de Guantánamo? Será resolvida de maneira plena? Jonuel Gonçalves pensa que não – “isto será a última coisa a ser feita”.
“O que pode acontecer é que Guantánamo não seja mais usada como prisão. Depois, que nas relações no limite fronteiriço de Guantánamo com as regiões vizinhas possa haver uma certa distensão, com mais trabalhadores cubanos na base norte-americana, provavelmente algum comércio entre a base e as zonas vizinhas. Mais do que isso, em relação à Base de Guantánamo, considero que não será fechada, primeiro porque para os Estados Unidos é um ponto estratégico, e em segundo lugar é uma questão que se transformou num símbolo, numa prova de força muito importante.”