Para Zeman, tchecos podem usar Kalashnikov para se livrar do premiê

© AFP 2023 / ALEXANDER KLEIN / AFPPresidente tcheco Milos Zeman
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O presidente da República Tcheca Milos Zeman compartilhou com os seus compatriotas dois meios de afastar o premiê do país, Bohuslav Sobotka, um democrático e outro – controverso, pelo qual o político foi logo criticado por ameaças em relação ao chefe do governo.

“O meio democrático é igual em todo o lado – são eleições gerais. O meio não democrático é [o fuzil de assalto] Kalashnikov”, disse Zeman em resposta à pergunta como seria possível livrar a República Tcheca de Sobotka. 

Em resposta, o premiê disse que tais declarações assustam a sua família e amigos:

“Nós, com muita probabilidade somos o único país civilizado no mundo onde o presidente apela abertamente ao assassinato do chefe do gabinete dos ministros. Vou lidar com isto, mas não gosto que Milos Zeman assuste os meus filhos, toda a família e amigos”, disse.

É de sublinhar que o premiê Sobotka é em favor de acolhimento de um grande número de refugiados, o que gera descontentamento de algumas partes da sociedade tcheca. Zeman, ao contrário, manifesta-se contra o acolhimento de refugiados em massa, sublinhando que a integração de muçulmanos na sociedade europeia é pouco possível.

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Vadim Trukhachev, historiador e especialista em países da Europa Central e do Leste da Universidade Estatal Russa de Humanidades, comentou o assunto:

“Se o fuzil Kalashnikov fosse mencionado por outro político qualquer, as pessoas talvez não se rissem. Mas os eleitores tchecos já estão habituados por muito tempo à maneira polémica e à oratória do seu presidente, ao seu humor peculiar, piadas salgadas e até observações ofensivas que ele se atreve a fazer às vezes…”.

Mas porque aguentam os eleitores tais comentários do seu presidente?

“Porque [ele] é bem diferente pela sua originalidade dos políticos tchecos e europeus cinzentos, indecisos e sem carisma”.

“O chefe de Estado não ameaçou ninguém, ele só voltou a lembrar o que é evidente, que só existe uma alternativa ao procedimento democrático de mudança do poder, que é uma justiça sumária. Será que ele não tem razão?”, concluiu o especialista.

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