Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, o número dois do Departamento de Comércio americano, Bruce Andrews, disse, durante o evento, que as relações com o Brasil são uma das prioridades na área comercial. A pedido da Câmara Americana de Comércio (Amcham), a Fundação Getulio Vargas, de São Paulo, está avaliando os impactos desse tipo de acordo para o Brasil. Os resultados devem ser conhecidos em março.
Menos otimista, o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Carlos Prado não acredita em um entendimento de curto prazo entre os dois países.
“Hoje, no mundo, temos vários impasses, como na área agrícola, por exemplo, com os europeus. O Brasil já é hoje um dos países que mais recebe Investimento Externo Direto (IED), e mudanças no tocante à proteção de investimento – como seria do interesse americano – não nos interessam.”
Segundo o professor da UFRJ, seria muito mais interessante para o Brasil que as negociações da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), fossem retomadas e um acordo, mesmo parcial, fosse atingido. Prado lembra ainda que outra dificuldade seria a aprovação no Congresso americano, que tem se mostrado um tanto avesso, nos últimos tempos, em aprovar acordos bilaterais.
O especialista cita o exemplo do acordo com o México, no âmbito do Nafta, que beneficiou muito mais os EUA do que o vizinho do sul. Prado lembra que, apesar da industrialização, a região, que faz fronteira com o Texas, é uma das que mais sofre as consequências da crise econômica e social, agravada pelos altos índices de criminalidade do narcotráfico.