“Um amigo que trabalha na administração de Obama lamentou recentemente que os russos estejam sempre um passo à frente de nós quando se trata da Síria e do Oriente Médio. Se nos perguntarmos por que isso acontece, a resposta é simples: Moscou sabe exatamente o que quer na Síria e nós não”, escreveu Barkey para a edição American Interest.
Para Assad, a situação na Síria era muito pior há seis meses atrás. Durante os primeiros oito meses de 2015, as forças governamentais perderam 18 por cento do território, mas, graças ao envolvimento da Rússia, o exército sírio lançou ofensivas em todas as direções, forçando o Daesh e outras organizações terroristas a recuar.
Além disso, a Rússia tem estado determinada a lançar um processo pacífico viável no país sacudido pela guerra, que já levou as vidas de mais de 250 mil pessoas. Estes esforços foram vitais para a aprovação da resolução 2254 do Conselho da Segurança da ONU. O documento oferece um quadro de referência para resolver o conflito interno na Síria, que já dura por cinco anos, através de negociações multilaterais, uma trégua a nível nacional e eleições.
“Pelo contrário, a posição dos EUA é uma completa confusão”, observou o especialista.
Os oficiais dos EUA disseram que a prioridade-chave neste momento é a luta contra o Daesh. Washington lançou a sua campanha anti-Daesh no Iraque e na Síria em setembro de 2014, mas não fez muitos avanços no seu objetivo de destruir o grupo terrorista.
Em geral, a administração de Obama “foi mais um espectador de que uma parte ativa”, sublinhou Barkey.
A Síria está em estado de guerra civil desde 2011. O governo do país luta contra um número de fações de oposição e contra grupos islamistas radicais como o Daesh (também conhecido como “Estado Islâmico”) e a Frente al-Nusra.