Massacre na Ucrânia: 'Pela primeira vez, a gente investiga'

© Foto / Odessa-media / Acessar o banco de imagensIncêndio no edifício da Casa dos Sindicatos de Odessa
Incêndio no edifício da Casa dos Sindicatos de Odessa - Sputnik Brasil
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A embaixada da Ucrânia na França recomendou o canal de televisão francês Canal+ a desistir de mostrar um filme documentário sobre a crise na Ucrânia.

Trata-se do filme "Ukraine: Les Masques de la Révolution" ("Ucrânia: As Máscaras da Revolução"), do diretor francês Paul Moreira, que está incluído na programação desta segunda-feira (1), no âmbito do projeto "Special Investigation" ("Investigação Especial").

"Pela primeira vez na França, a gente investiga", diz o resumo do filme publicado no site do canal.

A trama essencial é essa: "Na praça Maidan, pessoas que se chamam comandantes da liberdade derrubam o presidente pró-russo Yanukovich. A ponta de lança do movimento: as facções armadas de extrema-direita, apoiadas por Washington. É o que não vimos. Como não vimos um massacre em massa em Odessa, cometido pelos nacionalistas ucranianos".

© Screenshot: Canal+Apresentação do filme "Ucrânia: As Máscaras de uma Revolução" no site do Canal+
Apresentação do filme Ucrânia: As Máscaras de uma Revolução no site do Canal+ - Sputnik Brasil
Apresentação do filme "Ucrânia: As Máscaras de uma Revolução" no site do Canal+

Reação da Ucrânia

A embaixada ucraniana em Paris divulgou no seu Facebook uma mensagem dizendo que o filme de Moreira apresenta "uma visão trastornada e falsa da situação na Ucrânia". A missão diplomática não deixou de "aconselhar" o Canal+ de "revisar a possibilidade de mostrar este filme".

A página do Facebook da embaixada ucraniana na França não está acessível mais.

© Screenshot: FacebookPágina do Facebook da embaixada da Ucrânia na França ficou inacessível
Página do Facebook da embaixada da Ucrânia na França ficou inacessível - Sputnik Brasil
Página do Facebook da embaixada da Ucrânia na França ficou inacessível

Barbárie em pleno século XXI

Para o próprio diretor, Paul Moreira, o incêndio do Palácio Sindical em Odessa, em maio de 2014, foi uma "crueldade" — mas uma crueldade que já quase extinguiu-se da memória das pessoas.

"Centro de uma grande cidade europeia, em pleno século XXI, 45 pessoas morrem em um incêndio!", disse o cineasta, que virou alvo de críticas por parte de adeptos da posição oficial ucraniana.

"Eu fui chamado de 'terrorista' trabalhando para os russos em um site ucraniano. Eles exigem que o filme seja proibido. E o embaixador da Ucrânia até foi pressionar o Canal+", lamenta Moreira.

'É o início'

Em uma entrevista à Sputnik, o cientista político Vladimir Olenchenko, do Centro de Estudos Europeus do Instituto de Economia Internacional da Academia das Ciências da Rússia, disse que o filme de Paul Moreira parece ser "o início" de um processo de concientização de maior escala.

"O pedido da Ucrânia tem muitas razões, eu acho. E a principal é essa: que a administração política atual da Ucrânia esconde-se ou evita avaliar objetivamente os acontecimentos de 2013 e 2014, quando o novo poder se instituía por via ilegítima", disse Olenchenko.

O cientista opinou que o pedido da Ucrânia não discrimina o filme, senão gera um interesse ainda maior.

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