Cohen: nem na Guerra Fria os EUA chegaram tão perto da Rússia

© AP Photo / Alik KepliczO veículo blindado norte-americano Stryker na Polônia, no âmbito dos exercícios militares dos EUA e OTAN Dragoon Ride
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O historiador e cientista político norte-americano Stephen Cohen submeteu a duras críticas a decisão dos EUA em aumentar em quatro vezes o apoio aos seus aliados na Europa em razão da suposta ameaça da “agressão russa”.

Ao se apresentar no programa de televisão do apresentador John Batchelor, Cohen disse que essa “absurda” decisão representa uma tentativa deliberada em provocar a Rússia para medidas de retaliação.

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Nas palavras do especialista, os planos da administração do presidente norte-americano para promover uma contínua militarização da Europa significar que os países que fazem fronteira com a Rússia receberão grandes quantidades de armamentos pesados. Além disso, em seus territórios será criada plena unidade de combate com constante rotação de tropas.

“Isso é inédito. Em toda a nossa história nós nunca colocamos nossas forças armadas tão próximo às fronteiras russas. Durante a Guerra Fría a nossa presença militar terminava em Berlin Ocidental. E agora nós estamos bem em cima das fronteiras russas” – explicou Cohen.

“Tudo isso é feito supostamente por causa da agressão russa. Mas que é o agressor realmente? A Rússia não enviou seus armamentos para as fronteiras da OTAN” – destacou o especialista.

Na sua opinião, a reação de Moscou será calma e ponderada: ela irá simplesmente posicionar suas forças próximo às fronteiras ocidentais. O resultado será uma situação em que armamentos pesados da Rússia e da OTAN estarão posicionados frente à frente.

“Não se trata ainda da crise caribenha, mas nós chegaremos a isso” – alerta Cohen.

Do ponto de vista do historiador, a situação entre Moscou e OTAN está ficando ainda mais perigosa por causa de Washington do que nos tempos da Guerra Fria. Naquele tempo, as forças da aliança nunca estiveram tão próximas à Rússia. Dessa forma, a ameaça de um conflito direto aumenta proporcionalmente à quantidade de potenciais provocações.

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Falando nessas provocações, Cohen abordou o tema das últimas ações de Kiev e Ancara. Na sua opinião, o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko simplesmente “cuspiu no rosto de Angela Merkel” ao se declarar pronto para seguir os Acordos de Minsk, e depois postergar a sua implementação (provavelmente o especialista se referiu à decisão do parlamento ucraniano em prorrogar em meio ano a aprovação de emendas constitucionais sobre o estatuto especial de Donbass).

Junto a isso, nas palavras de Cohen, Ancara está novamente acusando a Rússia de violar o seu espaço aéreo sem apresentar quaisquer provas. Ele acredita que a Turquia está deliberadamente tentando provocar um conflito com Moscou, atraindo o país para uma confrontação direta com a OTAN. Por sua vez, a aliança poderia obrigar a Turquia em abrir mão dessas provocações, mas, no entanto, isso não acontece.

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