O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse que a Fundação agora vai aprofundar os estudos, para verificar a relevância da transmissão via oral da doença, pois até então o único meio de transmissão do vírus confirmado por autoridades sanitárias é pela picada do mosquito Aedes Aegypti.
“O fato de se ter um vírus ativo, com capacidade de infecção tanto na urina quanto na saliva, não é uma comprovação ainda, nem significa que necessariamente o será. O que nós estamos dizendo é que tanto na saliva quanto na urina o vírus pode continuar crescendo e ter atividade citopática. Muita pesquisa ainda tem que ser realizada.”
Gadelha explica que com a nova descoberta será dado um novo rumo para as pesquisas, pois até agora todas as evidências não significavam capacidade de infecção. "Essa comprovação muda o patamar e a forma como fazemos a pesquisa.”
O presidente da Fiocruz alerta porém que enquanto os estudos acontecem é recomendável ter cuidados extras com as gestantes. Gadelha sugere que, além das ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti, as grávidas também evitem locais de grande movimentação de pessoas e separem utensílios de uso pessoal como copos, pratos e talheres. E que evitem situações como grandes aglomerações.
A Fiocruz também adverte que as novas evidências de que o zika vírus também pode ser transmitido por relações sexuais são um motivo a mais para se intensificar o combate ao mosquito.
A Organização das Nações Unidas manifestou solidariedade à população e ao Governo brasileiro pelo enfrentamento ao vírus zika e aos casos de microcefalia no país. As 24 unidades do sistema da ONU no Brasil colocaram seus recursos à disposição do Governo brasileiro para auxiliar no combate ao vírus zika, e a ONU no Brasil também elogiou as ações recentes que estão sendo promovidas pelas autoridades do país.
O comunicado da ONU também pede rapidez nas pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina contra o zika. Segundo a ONU, "é preciso combater os criadouros do mosquito, avançar na detecção de infecções e malformações congênitas, acelerar a disponibilidade de testes de diagnósticos e o desenvolvimento de vacinas e proteger as pessoas em risco, especialmente mulheres em idade reprodutiva e durante a gravidez".
A ONU explica ainda na nota que a situação de “emergência de saúde pública” está acontecendo também em muitos outros países, especialmente nas Américas, lembrando que o problema deve ser enfrentado por meio de uma “ação coordenada”.
Mesmo com o apoio anunciado oficialmente pelo Sistema das Nações Unidas ao Governo brasileiro, a ONU no Brasil disse que as agências das Nações Unidas já colaboram com o Governo na luta contra o vírus zika desde 2015, “inclusive levando informações à população, por meio das redes sociais, para que as pessoas possam se proteger e ajudar no combate ao mosquito”.