No relatório anual, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, declarou que os exercícios do exército russo “incluíam a simulação de ataques nucleares contra países-membros e parceiros da OTAN, nomeadamente os treinos em março de 2013 de ataque contra a Suécia”.
Meshkov, entretanto, sublinhou que “todas estas declarações têm um objetivo completamente diferente”.
“Agora na Suécia ocorrem debates bastante intensos sobre a questão de manutenção da neutralidade da Suécia e há forças que tentam arrastar a Suécia para a OTAN. Um destes ‘espantalhos’ são as declarações feitas pela OTAN no relatório sobre os treinamentos nucleares russos, que alegadamente tiveram lugar. O objetivo é apenas um – tentar desenvolver ainda mais o elemento de russofobia e de medo na opinião pública sueca para tentar arrastar este país para a Aliança”, sublinhou o diplomata de alto escalão.
“Estas obrigações internacionais incluem as assim chamadas ‘garantias negativas’ aos Estados não nucleares. Estas ‘garantias negativas’ pressupõem que os países nucleares nunca usarão armas nucleares contra um país não nuclear que não está em relações de aliança com Estados nucleares. A Suécia não está em tais relações. Por isso, não faz sentido até a própria conversa sobre treinamento de quaisquer meios de utilização de armas nucleares contra um país como a Suécia”, explicou o vice-ministro do Exterior da Rússia.
A OTAN vem reforçando a sua presença militar na Europa Oriental desde a eclosão do conflito no Sudeste da Ucrânia, em abril de 2014, alegando a necessidade de se contrapor a uma suposta “ameaça russa”.
Moscou, por sua vez, tem negado repetidamente as acusações de envolvimento no conflito interno ucraniano. Por outro lado, a chancelaria russa também ressalta que a expansão militar da OTAN em direção às fronteiras ocidentais da Rússia representa uma ameaça real para a segurança global e regional.