Alô Presidente, me curta por favor!

© REUTERS / Carlos Garcia RawlinsO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. - Sputnik Brasil
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, através do seu Facebook, que vai "ampliar [a sua] atividade direta nas redes sociais".

Bem-vindo ao Facebook, presidente Maduro! Comentários deste sentido surgiram na página pessoal do líder venezuelano na noite da terça para a quarta-feira. A notícia foi proferida, também por este meio "social", na tarde do dia 9 de fevereiro.

Leia a mensagem completa:

"Hoje, terça-feira, 9 de fevereiro, terça-feira de Carnaval de 2016, quero ampliar a minha atividade direta nas Redes Sociais e a partir de hoje escribir-lhes-ei da minha conta do Facebook".

Hoje, tive uma reunião com a equipe coordenadora da Agenda Econômica Bolivariana, encabeçada pelo Vice-presidente Executivo, Aristobulo Isturiz; revisei toda a agenda de decisões que tenho estado ativando junto com o Conselho Nacional da Economia Produtiva.

Igualmente, estou fazendo seguimento do Plano de Segurança e retorno dos nossos compatriotas que tem desfrutado com a família os Carnavais deste ano de 2016.

Depois da reunião, começamos a implementar as decisões, agradeço a esta equipe de trabalho — que junto com milhões de compatriotas, construiremos o futuro de uma Nova Economia Produtiva".

Hoy Martes 9 de Febrero….Martes de Carnaval del 2016 quiero ampliar mi actividad directa en las Redes Sociales y a…

Posted by Nicolás Maduro on dimarts, 9 / febrer / 2016

O presidente atual tem usado as redes sociais e outros meios de comunicação relativamente pouco, especialmente se comparado com o seu antecessor, Hugo Chávez, cujo programa televisivo Aló Presidente podia ter até 7 horas de duração. O presidente sempre falando, comentando a atualidade e respondendo a perguntas.

Já o seu sucessor tem sido menos eloquente. Utilizava com maior frequência o Twitter, com repostagens de cidadãos, movimentos sociais e entidades públicas do seu governo.

Em comentário à Sputnik Brasil, a pesquisadora Gelia Filatkina, representante da cátedra José Martí na Universidade Estatal de Moscou, lembrou que "Hugo Chávez não se comunicava com os cidadãos do seu país através do Facebook, apesar de esta rede ser muito popular entre os venezuelanos". Chávez também "se destacou por um nível muito alto de atividade midiática: ele editava uma coluna nos jornais mais importantes da Venezuela, participava ativamente no Twitter, postando mensagens sobre os assuntos atuais da política externa e interna, polemizando com os seus adversários políticos durante as campanhas eleitorais".

Já Maduro tem quatro contas no Twitter: em espanhol, português, inglês e árabe. Filatkina frisa que uma ofensiva no Facebook pode ser uma manobra bem pensada da equipe do presidente venezuelano, já que o seu rating é bastante baixo.

Desde finais de 2015, as tensões no governo da Venezuela tem aumentado. Primeiro, Mauricio Macri, recém-eleito presidente da Argentina, um peso pesado no Mercosul (entidade econômica bastante importante para a América Latina), ameaçava com aplicar a "cláusula democrática" a Caracas, forçando-o, de fato, para fora do grupo, por supostos delitos contra os direitos humanos. Contudo, ao se eleger uma maioria oposicionista na Assembleia Nacional da Venezuela, Buenos Aires recuou.

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