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Brasil desbanca Venezuela como principal destino de financiamentos chineses em 2015

© Sputnik / Aleksandr Demyanchuk / Acessar o banco de imagensYuan chinês
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O Brasil ultrapassou a Venezuela em 2015 como principal destino de financiamentos de bancos de fomento chineses à América Latina, como os do Eximbank e do Banco de Desenvolvimento da China. No total, as operações para o Brasil totalizaram US$ 10,7 bilhões, dos quais US$ 8,2 bilhões foram concedidos à Petrobras.

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Apesar de a estatal responder pela maior parte dos empréstimos, houve também operações para financiar a exportação de aviões da Embraer, no valor de US$ 1,3 bilhão, e para a instalação de uma indústria de processamento de soja e milho no Mato Grosso do Sul, no montante de US$ 1,2 bilhão.

Nos últimos anos, os empréstimos dos bancos de fomento da China à América do Sul vêm crescendo, enquanto os de organismos multilaterais de crédito, como Banco Mundial (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vêm diminuindo. Só no ano passado, por exemplo, as operações de financiamento do Bird para países latino-americanos encolheram 5% para US$ 8 bilhões, enquanto as do BID recuaram ainda mais, 14% para US$ 11,5 bilhões. Desde 2005, os financiamentos chineses à região somam US$ 125 bilhões, dos quais US$ 65 bilhões foram concedidos à Venezuela.

O aumento de crédito de bancos de fomento chineses ao Brasil não surpreende o secretário-executivo do Conselho Empresarial Brasil-China, Roberto Fendt.

“O Brasil é parceiro preferencial da China. Pelo seu PIB, responde praticamente pela metade do PIB da América Latina. É natural que o número de projetos financiados aqui seja maior. Os financiamentos têm destinação muito variada e decorrem das oportunidades que existem no Brasil e também pelo fato da China estar buscando, progressivamente, concessão de financiamentos fora de seu mercado. A China passa por uma fase de excesso de capacidade produtiva, e tem buscado carrear recursos de sua enorme poupança para financiar outras regiões.”

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“Nós aqui costumamos dar um peso extraordinário a essas instituições multilaterais (Bird e BID), particularmente dos Estados Unidos, e nos esquecemos que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem mais recursos que o Banco Mundial. Da mesma forma, os bancos de fomento chineses têm um volume de recursos muito grande.”

Segundo Fendt, os chineses têm uma estratégia muito diferente da ocidental no que diz respeito à aplicação de recursos no exterior.

“No Ocidente, se dá uma importância muito grande aos resultados do trimestre, já os chineses olham sempre o longo prazo. Isso também explica o maior volume de investimentos no Brasil, que passa por uma fase ruim. Mas o país já passou outras vezes por fases semelhantes e deu a volta por cima, e eles estão apostando nessa volta.”

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